Viagem pela Côte d`Azur
Nice, Mónaco, Èze, Villefranche, Cannes e Saint-Tropez
Quatro dias de férias permitiram concretizar o desejo de conhecer a Riviera Francesa. Ficámos alojados em Nice por ter uma localização central entre o Mónaco e Cannes. Nesta viagem, pelo litoral do sul de França, passámos pelas principais cidades mais conhecidas e também por vilarejos igualmente encantadores. Estávamos em Junho de 2017 e o bom tempo permitiu combinar as visitas às cidades e praias. O carro é o meio de transporte mais aconselhado de modo a visitar vários locais no mesmo dia.
Dia 1 - Viagem Lisboa-Nice
A viagem teve início num Sábado às 13h15 com partida do Aeroporto Humberto Delgado num voo da easyJet. Foi a primeira vez que viajámos nesta companhia aérea e as primeiras impressões foram boas. O voo teve a duração de cerca de 2h30.
Na aproximação a Nice as deslumbrantes vistas aéreas já nos faziam prever os maravilhosos dias que iríamos passar na Riviera Francesa.
Às 16h30 já tínhamos aterrado no terminal 2 do Aeroporto de Nice - Côte d`Azur. Depois dirigimo-nos ao centro de aluguer de carros para levantar uma carrinha Renault Scenic que tínhamos alugado no site da rentalcars.
As próximas três noites foram passadas em Nice. Alugámos um apartamento através da homeaway. Na escolha do apartamento priveligiámos um que tivesse estacionamento privado para não termos de estar preocupados todas as noites em procurar estacionamento, o que no centro de Nice não é fácil. Desta forma, o apartamento não ficava exatamente no centro da cidade. Como o objetivo era percorrer a Riviera Francesa, sempre que fomos até ao centro deixámos o carro em um dos vários parques subterrâneos e só pagámos o tempo que precisámos, sendo que em alguns parques a primeira hora é grátis.
Por volta das 18 horas já estávamos na Avenue de la Lanterne onde se situava o apartamento. Depois de acomodados fomos à descoberta do centro de Nice.
Nice é a quinta cidade mais populosa da França e a capital dos Alpes Marítimos. É uma bela cidade à beira-mar do sul da França que se encontra dividida em duas partes, a parte nova e a velha ou centro histórico.
Percorremos toda a Promenade des Anglais, a principal avenida da cidade à beira-mar, que se estende praticamente por toda a cidade até ao porto. Ao longo desta avenida encontram-se os mais famosos hotéis de Nice, como o Hotel Negresco. Este passeio à beira-mar é um ponto icónico da cidade com uma vista deslumbrante sobre as colinas e o mar.
Nice é uma cidade grande, ativa, sempre com gente na rua e também com trânsito.
Bem próxima da praia e da promenade encontrámos a Place Massena, a mais famosa praça de Nice, onde se encontram as lojas de marcas conhecidas, artistas de rua e esplanadas de restaurantes. Aqui fica o centro e a principal praça da parte nova da cidade. A praça é cercada de edifícios ocre de arquitetura italiana e devido à sua dimensão é também usada para eventos públicos, como concertos e festivais de verão. A dois minutos a pé desta praça fica a cidade velha e o jardim Albert I.
Como Nice é uma cidade grande, fomos visitando os vários locais de acordo com o tempo que nos restava das visitas às outras cidades da Riviera Francesa. Nos dias seguintes conhecemos o Mónaco, Eze, Villefranche, Cannes e Saint-Tropez.
Dia 2 - Mónaco, Eze e Villefranche
O Mónaco encontra-se a cerca de 20 Km de Nice. A viagem pode ser realizada por três estradas: a Basse Corniche, que é a mais próxima do nível do mar, panorâmica e também mais movimentada; a Moyenne Corniche é a mais rápida e possibilita a visita a Eze a meio do caminho; e a Grande Corniche a cerca de 500 metros de altura percorre a área mais montanhosa.
Por volta das 9 horas saímos de Nice e fizemos o percurso pela Basse Corniche, aproveitando as vistas panorâmicas sobre o mar. Demorámos cerca de 40 minutos e assim que chegámos ao Mónaco ficámos encantados.
O Principado do Mónaco é uma cidade-estado e foi fundado em 1297 pela família Grimaldi, que mantém a soberania. Localiza-se sobre um penhasco à beira-mar do mediterrâneo, com cerca de 2 Km de extensão e divide-se em quatro principais bairros: Mónaco-Ville, Condamine, Monte Carlo e Fontvieille. Começámos pela zona de Monte Carlo, onde se encontram o famoso Casino, a Ópera, o Café Paris, hotéis luxuosos e lojas de alta costura. Estacionámos num parque em frente à Place du Casino. Foi aqui que pela primeira vez nos deparámos com o luxo e riqueza que todo o principado ostenta.
A entrada no casino é paga (17€) e realiza-se com audioguia. Apenas a zona do átrio é de acesso livre. Optámos por realizar a visita da parte da manhã por ser permitido tirar fotografias neste horário, termos acesso a mais salas e a entrada a crianças só é permitida antes da abertura aos jogadores que era às 14 horas. Assim, visitámos a Salle Renaissance, Salle Europe, Salon Rose, Salle des Amériques, Salle Blanche, Salon Touzet Sud, Galerie Empire, Salle Médecin e Salon Touzet Nord.
Como era Domingo de manhã, ainda não havia o verdadeiro movimento que caracteriza esta zona. Desta forma, depois da visita ao casino optámos por ir até Mónaco-Ville e mais tarde regressar para acabar de explorar este bairro.
A zona de Mónaco-Ville fica num ponto mais alto, sendo a principal atração o Palais Princier, situado na Place du Palais. Estacionámos num parque subterrâneo que tem acesso ao Museu Oceanográfico e ao jardim Sain Martin. A partir daqui percorremos as várias estreitas ruas que relembram as ruas medievais, até chegarmos à Place du Palais onde tinha acabado de terminar a troca da Guarda dos Carabineiros que acontece todos os dias às 11h55.
A partir desta praça tivemos uma excecional vista, de um lado para o Port Hercule, e do outro lado para o Port Fontvieille.
Prosseguimos a nossa aventura com a visita ao palácio, onde tivemos acesso a algumas salas emblemáticas que contam a história dos Grimaldi. A visita também foi com audioguia e não foi permitido tirar fotografias.
Na frente do palácio existem várias ruelas com lojas, bares e restaurantes. Depois fomos até à Catedral San Nicholas onde casaram os príncipes Rainier e Grace e onde se encontra a sepultura de Grace Kelly.
De seguida voltámos ao carro e passámos pela zona de Fontvieille, que foi construída sobre o mar. É nesta zona que ficam o Stade Louis II, empresas high-tech e um jardim de rosas dedicado à princesa Grace. Não o fizemos, mas também é possível visitar a exposição da coleção de carros antigos, o museu de selos e moedas e o museu naval.
Na zona de Condamine, a rua pedestre Princesse Caroline, desce até ao porto Hercule onde é um local agradável para caminhar a par com numerosos bares, restaurantes e impressionantes iates.
Nesta altura decidimos regressar a Monte Carlo. O ambiente era um pouco diferente do que encontrámos de manhã. Milionários desfilavam nos seus luxuosos carros e o Casino já se encontrava em pleno funcionamento. O café Paris, com a sua emblemática esplanada, fazia fila para entrar e ao redor do casino encontrámos as vitrines do famoso Cercle d`or com joalharias e lojas de alta costura.
Nas traseiras do casino fomos até ao seu jardim repleto de magníficos canteiros de flores e uma bela vista sobre o mar. Seguimos pelo lado esquerdo do casino até encontrarmos a famosa curva da Fórmula 1. Em frente a esta curva situa-se o luxuoso hotel Fairmont e beach clubs, como o Nikki Beach. Ao descer a rua no sentido do mar encontrámos a Avenue Princesse Gracie e o famoso túnel da F1.
A partir daqui caminhámos pela Promenade dos Campeões. Encontrámos, de entre muitas, a pegada do Eusébio e do Figo.
Este passeio dá acesso à praia de Larvotto, que é a única praia pública no Mónaco. Trata-se de uma pequena faixa de areia que no verão deve ser concorrida. Aproveitámos para descansar um pouco e refrescar-nos no mar.
O Mónaco foi sem dúvida o local, por onde passámos nesta viajem, que mais gostámos e onde é impossível não ficar maravilhado. Todas as ruas e os vários jardins são bem tratados e transbordam um ambiente requintado. O principado dispõe de vários elevadores grátis que ajudam a vencer os enormes desníveis que existem de umas zonas para as outras.
Por volta das 18 horas decidimos regressar pelo caminho da Moyenne Corniche, e em cerca de 25 minutos estávamos em Èze Village. A partir daqui ficámos deliciados com as impressionantes vistas panorâmicas da Côte d`Azur. Èze é uma pequena vila medieval que tem um castelo e um jardim exótico no topo. Nesta vila também se localizam fábricas de perfumes, como a Perfumerie Fragonard e a Gallimard Factory, onde é possível visitar os seus laboratórios e a loja.
Seguimos durante mais 20 minutos na direção de Villefranche. É uma vila que fica a 8 Km de Nice, tendo um ambiente mais tranquilo e encantador. Passámos pela fortaleza La Ciudadela e pela rue du Poilu que acompanha a beira-mar com as diversas praias.
Em cerca de 15 minutos estávamos de volta a Nice. Após o jantar ainda tivemos coragem de voltar à Praça Massena. A partir daqui percorremos a Place du Palais, onde se encontra o Palais de Justice, e fomos até à Place Garibaldi. Esta praça situa-se entre a cidade velha e o centro da cidade nova, sendo uma das mais belas praças de arquitetura barroca de Nice. É cercada pela Chapelle du Saint-Sepulcre, cafés e restaurantes.
Terminado este longo dia fomos descansar para a próxima aventura do dia seguinte.
Dia 3 - Saint-Tropez, Pampelonne e Cannes
Este prometia ser mais um longo dia pois tínhamos planeado conhecer o outro lado da Riviera Francesa até Saint-Tropez.
Por volta das 9 horas da manhã já estávamos na direção de Saint-Tropez. Fizemos a viagem pela autoestrada A8 até Le Muy e depois pela estrada nacional até ao centro de Saint-Tropez. Foram aproximadamente 110 Km desde Nice e demorámos 2h30 com algum trânsito.
No centro da cidade, estacionámos no parque subterrâneo Parc des Lices, e fomos à descoberta desta zona tão badalada e conhecida mundialmente. Saímos diretamente na Place des Lices que é uma praça central com vários cafés. Sain-Tropez é uma cidade relativamente pequena, com o centro histórico repleto de pequenas ruas em labirinto e com diversos restaurantes, bares e lojas. Descemos a Rue François Sibili até ao Vieux-Port, vislumbrando iates de todos os tamanhos. Passámos ainda pelas ruas Quais Jean Jaurés e Quai Frédéric Mistral. De frente para a marina encontram-se diversas esplanadas.
A partir daqui fomos até à Citadelle, um forte do século XVI, com vista sobre a cidade. Passámos depois pela Rue Gambetta, com diversas lojas de luxo.
No centro histórico encontrámos a loja de La Tarte Tropézienne que é uma tarte absolutamente deliciosa e típica desta região.
Fizemos uma visita rápida ao centro de Saint-Tropez onde deu para perceber que existe uma mistura entre o charme provençal e o glamour da riviera. Destaco a arquitetura das casas típicas em cores laranja e amarelo. De qualquer forma, esperávamos encontrar uma outra dimensão e grandiosidade neste local.
Por volta das 12h30 retomámos a direção de Ramatuelle. As famosas praias de Saint-Tropez não se localizam no centro, mas a cerca de 6 Km ao longo da baía de Ramatuelle. Ao longo desta baía encontramos a Salins Beach, Plage de Tahiti e a Plage de Pampelonne.
A mais conhecida é a praia de Pampelonne que por ser muito extensa está dividida em 5 sectores de norte para sul: Moulins, Tamaris, Patch, Barranques e Bonne Terrasse. Ao longo desta praia estão localizados diversos clubes bem conhecidos, como por exemplo, Le club 55, Key West Beach, Tiki Beach, etc.
Ficámos na zona de praia pública, entre o Cap 21 e Key West Beach, na zona de Patch. Existe um parque de estacionamento pago mesmo em frente à praia. Durante cerca de 2 horas aproveitámos o bom tempo que estava. Ao longo de toda a costa da praia ficam atracados vários iates e durante o período de almoço foi visível a ida e volta de pessoas desses iates para almoçarem nos clubes privados.
Por volta das 14h30 retomámos a viagem em direção a Cannes. Foi nesta altura que o planeamento para o resto do dia ficou comprometido. Tínhamos calculado demorar cerca de 1h30 até Cannes, mas o trânsito à saída de Saint-Tropez foi bastante intenso. O trânsito em Saint-Tropez é caótico e tivemos imenso tempo parados em filas até Saint-Maxime e sobre temperaturas que rondavam os 30ºC.
Chegámos a Cannes por volta das 18 horas. Começámos por visitar Le Suquet Forville onde se localiza a Igreja Notre Dame L`esperance. Estacionámos no parque de estacionamento Suquet Forville que tem acesso direto a esta zona mais velha da cidade, cheia de casinhas e restaurantes típicos. A igreja já se encontrava fechada, mas a partir de Le Suquet temos uma grandiosa vista sobre o mar e a cidade onde se realiza um dos festivais de cinema mais célebres do Mundo.
Cannes tem uma das ruas mais bonitas e glamorosas da Riviera Francesa, a Boulevard de la Croisette. As avenidas têm belas fachadas com luxuosos edifícios e sentimos um ambiente jovem.
No Vieux Port vimos um navio com a bandeira de Portugal.
No início da Croisette passámos pelo Palais des Festivals onde se realiza anualmente o festival de cinema de Cannes. O sol já se começava a pôr e haviam várias festas ao longo dos edifícios desta avenida, que também tem uma variada oferta de restaurantes, bares e hotéis. Toda a costa é seguida por praias como a Plage de la Croisette. A Rue d` Antibes é a rua comercial da cidade com lojas de todos os tipos.
Saímos de Cannes ao anoitecer. Havia bastante movimento no centro com pessoas a dirigirem-se para os restaurantes.
Estava planeado que no regresso de Cannes a Nice ainda passaríamos por Antibes para conhecer o seu centro histórico. Como já era tarde acabámos por passar só de carro e chegámos a Nice por volta das 22 horas.
Foi um dia longo de viagem que apesar de alguns contratempos foi repleto de maravilhosos cenários que frequentemente vemos nas revistas e na televisão.
Dia 4 - Nice e Viagem Nice-Lisboa
No nosso último dia pela Côte d`Azur acabámos de explorar o que ainda faltava ver na cidade de Nice.
Após o pequeno-almoço fizemos uma caminhada pela Promenade des Anglais e fomos até à praia onde passámos algum tempo e aproveitámos o bom tempo e o mar desta cidade. Em Nice a chegada até ao mar é um pouco dolorosa sem uns sapatos apropriados, pois toda a costa não tem areia mas pedra.
Depois da praia fomos até Vieux Nice onde se encontra o centro histórico. Começámos por visitar a Cours Saleya onde se realiza diariamente, exceto às segundas-feiras, o Marché de Fleurs que é um mercado de flores e frutas onde também se encontram os habituais souvenirs e produtos típicos da região. Aqui também é possível provar a Socca, semelhante a um crepe de farinha de grão, que sinceramente não achei nada de especial.
O centro histórico é ocupado por diversas estreitas ruas com bares, restaurantes e lojas.
Depois subimos até à Colline du Château (92 metros) através de um elevador gratuito. Lá em cima no topo da colina existem vestígios da existência de um castelo, um cemitério Judaico e jardins. Mas a principal atração deste local são as deslumbrantes vistas, de um lado para o mar e Promenade des Anglais, e do outro lado sobre a cidade e o Porto Lympia. É aqui que constatamos que Nice é de facto uma cidade à beira mar repleta de montanhas e com paisagens de cortar a respiração.
Na Avenida Quai des États-Units, que é a continuação da Promenade des Anglais, existem uns bares muito engraçados em que as pessoas ficam sentadas nas varandas com vista para o mar. Nesta zona é também possível tirar as habituais fotografias com o nome da cidade.
A Place Rosetti é o coração da cidade velha, repleta de restaurantes. Aqui visitámos a Catedral de Saint-Réparate, de arquitetura barroca, e onde encontrámos o Santo António. Também nesta praça comemos uns gelados na conhecida Sorveteria Fenocchio.
A Rue Pairolière que liga a Place Garibaldi com a Place Saint-François é a rua mais comercial da cidade velha.
Terminámos a nossa aventura por Nice visitando a fábrica da Confiserie Florian na rua do porto. Nesta visita pudemos ver a produção do chocolate com degustação de alguns produtos na loja.
Após uma última passagem de carro pela parte nova da cidade, foi altura de nos deslocarmos até ao aeroporto para entregar o carro às 17h30 e depois fomos até ao terminal 2 do aeroporto.
O nosso voo de regresso pela easyJet tinha horário marcado para as 21h10 pelo que já contávamos ter de esperar umas 3 horas no aeroporto. Mas ao realizarmos o check-in, fomos informados que havia um atraso e só descolámos já era uma hora da manhã. Nestes casos em que o voo chega ao destino com um atraso igual ou superior a 3 horas, o passageiro tem direito a uma compensação de acordo com o Regulamento (CE) nº261/2004.
Foi uma viagem encantadora, mas este destino merecia pelo menos mais dois dias de férias. Em Nice destaco a Promenade des Anglais que dá um charme diferente a esta cidade à beira-mar. O Mónaco é um principado rodeado de luxo. E Cannes tem a Croisette com mais um passeio cheio de glamour em plena Côte d`Azur.
Até à próxima viagem!
Titi
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