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A Titi já volta

A Titi já volta

Oceanário de Lisboa: uma viagem pelos Oceanos

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Hoje partilho aquela que foi a minha última visita cultural antes do novo confinamento. O Oceanário de Lisboa, originalmente Pavilhão dos Oceanos, foi inaugurado no âmbito da Expo 98 e situa-se na Doca dos Olivais no Parque das Nações. Recebe em média um milhão de visitantes por ano.

Não visitava o Oceanário de Lisboa desde a sua inauguração, naquela altura em que as filas de entrada eram exaustivamente longas. Passadas mais de duas décadas, fiz uma visita tranquila, praticamente sem outros visitantes, e onde absorvi muita informação sobre a vida marinha.

 

O Oceanário de Lisboa tem uma importante missão ao promover o conhecimento dos Oceanos. E durante a visita são constantes os alertas e dicas de como podemos atuar, uma vez que o equilíbrio do planeta depende não só das florestas, mas também dos Oceanos.

 

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A visita começou pela exposição temporária “Florestas submersas by Takashi Amano”. Trata-se da criação do maior “nature aquarium” do Mundo, que inclui 40 espécies de peixes tropicais de água doce e 46 espécies de plantas aquáticas.

 

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Este “nature aquarium” é como uma pequena amostra daquilo que a natureza demora anos a criar. A visita é acompanhada pelo som de uma tranquila melodia que recria os sons da floresta.

Podemos observar as espécies de peixes que vivem à superfície e as que vivem junto ao fundo.

 

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É transmitido um vídeo que conta a história desta recriação única, com pormenores sobre o tempo de construção e os materiais necessários.

Esta exposição também apela à escolha de produtos em que a matéria-prima seja obtida de forma sustentável, impedindo a destruição das florestas.

 

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No final da exposição encontramos uma inspiradora frase que, no contexto atual em que vivemos, faz ainda mais sentido uma reflexão.

 

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Depois somos encaminhados para outra sala onde assistimos ao vídeo “One, o mar como nunca o sentiu”. Este filme foi realizado pela artista Maya de Almeida Araújo e retrata a ligação do Homem com o mar e a grandiosidade do Oceano.

 

E finalmente chegamos à visita do aquário, onde o Atlântico, o Pacífico, o Índico, o Antártico e o Ártico são vistos como um só Oceano. Esta é a exposição permanente do oceanário, intitulada ao tema “um planeta, um oceano”.

Falando em números, são cerca de 8000 criaturas marinhas e 7 milhões de litros de água salgada.

São várias as espécies de aves, invertebrados, peixes, anfíbios, mamíferos, plantas e algas que vamos encontrando e aprendendo algumas curiosidades sobre o  seu habitat.

 

E nesta viagem nunca perdemos de vista o grande aquário central com 5 milhões de litros de água salgada.

 

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O aquário central é o local onde acabamos por passar mais tempo a observar as várias espécies que vão passando e o comportamento que têm em comunidade.

 

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Os tubarões chamam sempre a atenção e curiosidade. São várias as espécies de tubarão e é a forma da barbatana caudal que indica a velocidade a que nadam e o local onde vivem. O tubarão-zebra é um nadador lento e passa a maior parte do tempo no fundo. O tubarão-touro tem um crescimento lento, reproduz-se tarde e têm uma esperança de vida longa quando não são capturados.

 

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Os quatro habitats marinhos criam a ilusão que estamos perante um só aquário e um só oceano.

Em redor do grande aquário central estão representados vários habitats marinhos. A visita desenrola-se em dois níveis, o terrestre e o subaquático, atravessando as águas temperadas, tropicais e frias dos diferentes oceanos do planeta.

 

As espécies de Alcídeos passam a maior parte do ano em alto mar e vêm a terra apenas na altura da reprodução.

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Por ano, mais de oito milhões de toneladas de plástico vão parar ao oceano. Muitas aves marinhas confundem o plástico com alimento, ingerindo-o e acabando por morrer.

 

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E logo de seguida encontramos os pinguins. Aqueles animais que em criança me pareciam tão grandes e afinal não é bem assim.

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Aqui no oceanário todos os pinguins têm nome e são identificados com braçadeiras de diferentes cores. A cada cor corresponde um número e a cada conjunto de números corresponde um nome. Como curiosidade, a distinção entre macho e fêmea só é possível por uma análise de sangue.

 

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Mas nesta viagem pelo Oceanário fiquei rendida à simpatia das lontras marinhas. São bastante exibicionistas e animadas, sendo impossível não querermos saber um pouco mais sobre elas.

 

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As lontras não têm uma camada de gordura para se manterem quentes, e por isso passam o dia a tratar do denso pêlo, espalhando uma gordura que o torna impermeável e essencial para flutuar. Algumas lontras nasceram neste oceanário.

 

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Os recifes de coral são essenciais para várias comunidades e nas últimas décadas 20% dos recifes de coral do mundo foram destruídos e cerca de 20% estão severamente degradados pelo aquecimento global e poluição do oceano.

 

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Os peixes chatos permanecem semienterrados na areia, passando despercebidos pelo corpo achatado. Os olhos lado a lado permitem estar atentos às movimentações das presas.

 

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Falando do bacalhau do atlântico, o bacalhau juvenil procura abrigo em águas pouco profundas. Os adultos habitam águas mais profundas e frias e nadam em cardumes durante o dia.

 

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As urtigas do mar são invertebrados com o corpo constituído por cerca de 90% de água. Estas medusas capturam o alimento através de contrações da parte superior do corpo e do movimento dos tentáculos urticantes.

 

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É nas pradarias marinhas, formadas por plantas, que muitos invertebrados e peixes se camuflam e escondem-se dos predadores. Alguns exemplos são os chocos e cavalos-marinhos.

 

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Chegámos ao recife rochoso do Oceano antártico. Aqui as anêmonas vivem fixas ao substrato.

 

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As estrelas-do-mar têm normalmente cinco braços.

 

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O  tubarão-de-port-jackson é um peixe do sul da Austrália. Tem uma boca muito pequena e por isso come peixes pequenos.

 

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Os Dragões marinhos estão muito bem camuflados com apêndices ao longo do corpo, imitando as algas que os rodeiam.

 

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Relativamente aos animais das profundezas, os caranguejos-gigantes são os maiores crustáceos conhecidos.

 

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O polvo-gigante-do-pacífico é o maior de todos os polvos, podendo atingir 250kg de peso.

 

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A anémona-vermelha-do-norte encontra-se frequentemente em rochas e plataformas das marinas.

 

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A medusas tropicais de cor azul e pintas brancas podem atingir 50 cm de diâmetro.

 

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Os invertebrados marinhos são animais sem coluna vertebral com variadas estratégias de sobrevivência.

 

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Os corais fluorescentes apresentam cores e formas exuberantes. Os pigmentos fluorescentes protegem estes animais da radiação solar excessiva.

 

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As enguias-de-jardim vivem em colónias, enterradas na areia. Saem dos buracos para se alimentar durante o dia.

 

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Os peixes-palhaço vivem entre os tentáculos das anémonas.

 

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O Oceanário também representa os anfíbios podendo observar sapos, rãs, salamandros, tritões e cecílios.

 

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Apesar de nesta altura já não ter o mesmo olhar de deslumbramento, fiquei a saber de alguns factos que desconhecia. Os anfíbios estão a passar pelo maior desafio de conservação das espécies pela crise de extinção.

Para além de serem ingredientes nas bruxarias e de serem vistos como príncipes à espera de serem beijados, são animais frágeis e em perigo.

Foram os primeiros vertebrados a colonizar a terra e sobreviveram a três grandes extinções, incluindo a extinção dos dinossauros. Atualmente, metade das espécies de anfíbios está em declínio e um terço ameaçado de extinção.

 

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Durante a visita existe ainda uma outra parte lúdica, de cidadania e com conteúdo educativo. São várias as atividades que podemos desenvolver com as crianças. É abordado o tema da reciclagem e dos cuidados na poupança da água. 

 

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Também podemos apreciar algumas peças de esculturas de animais marinhos.

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A visita termina na loja do oceanário.

 

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Nesta viagem pelo Oceanário tomamos consciência de alguns problemas atuais através de várias mensagens transmitidas. Neste sentido, a alteração de alguns comportamentos potencia a conservação do planeta.

 

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Foi uma experência educativa em que me senti no meio do Oceano. Para quem nunca visitou, ou já visitou há alguns anos, espero que tenha despertado o interesse numa futura visita.  É sem dúvida um dos pontos turísticos que não podem ficar de fora num roteiro por Lisboa.

Todas as fotografias foram tiradas sem flash e as curiosidades sobre as várias espécies foram recolhidas durante a visita. 

Para informações sobre  as visitas pode consultar o site oficial

 

Boa visita!

Titi