Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

A Titi já volta

A Titi já volta

À Descoberta de locais únicos - explorar Arouca e a Serra da Freita

O Objetivo principal da minha visita a Arouca foi caminhar pelos famosos Passadiços do Paiva. São um local de puro contacto direto com a natureza e é interessante apreciar o equilíbrio entre a paisagem montanhosa, as escarpas rochosas e as áreas fluviais. Tal como fiz, sugiro uma visita fora das alturas mais turísticas e sem calor. O percurso está classificado como dificuldade alta, o que concordo para quem não pratique caminhadas regularmente.

 

Se procura informações e dicas sobre os Passadiços do Paiva pode encontrar o meu post dedicado a este magnífico local aqui.

 

processed.jpeg

 

 

Apesar dos Passadiços do Paiva serem a principal atração turística do concelho, decidi adicionar mais um dia para explorar a Serra da Freita e o centro de Arouca. E não podia ter tomado melhor decisão. Existem recantos surpreendentes fora dos pontos mais turísticos.

Além dos Passadiços do Paiva, existem várias rotas e percursos pedestres para quem gosta de caminhar. Podemos visitar museus, monumentos e miradouros, sempre rodeados de incríveis paisagens.

Foi criado o Arouca Geopark, um Geoparque Mundial da UNESCO. Trata-se de um território e património geológico da Humanidade. No território do Arouca Geopark podemos explorar 41 geossítios, que são locais de interesse geológico.

Assim sendo, a minha sugestão de hoje é adicionar um passeio à deslumbrante Serra da Freita e centro de Arouca, pelo que descrevo alguns locais que visitei na minha passagem por este concelho. 

 

CENTRO DE AROUCA:

 

  • Parque Municipal de Arouca: 

Junto à avenida 25 de Abril, no centro histórico da vila, encontramos um espaço verde com árvores, um lago e um parque infantil. 

 

20210420_124527.jpg

 

  • Mosteiro de Arouca:

Classificado como Monumento Nacional, o mosteiro de Arouca foi também um convento.

O mosteiro era exclusivamente feminino e nele ingressou D. Mafalda, filha de D. Sancho I. Em 1986 com a morte da última freira o mosteiro foi extinto.

O Museu de Arte Sacra acolhe pinturas, esculturas, mobiliário e prataria de grande interesse histórico e cultural dos séculos XVI a XVIII.

A visita guiada tem um custo de 3 € e inclui a visita ao museu, cozinha, salão do cadeiral, claustros, celas, entre outros espaços. A igreja tem entrada gratuita. Pode ser visitado no horário 9h30-12h e 14h-17h e encerra à segunda-feira.

 

20210420_123939.jpg

 

20210420_123019 (2).jpg

 

20210420_124340.jpg

 

  • Pelourinho de Arouca:

Encontra-se junto à fachada do mosteiro.

 

20210420_124135.jpg

 

  • Praça Brandão de Vasconcelos: 

É a principal praça da vila com a particularidade da praça ser em forma de anfiteatro. Está rodeada de edifícios centenários e podemos contemplar a igreja da misericórdia e a antiga casa da câmara.

 

20210420_123902.jpg

 

  • Loja interativa de Turismo:

Um espaço turístico para obter informações e concelhos sobre o turismo de natureza. Situa-se na rua Abel Botelho.

 

  • Doces conventuais de Arouca:  

As freiras que viviam no convento preparavam iguarias que garantiam o sustento do convento. Provar estes doces é mais uma atração imperdível.

A casa dos doces conventuais de Arouca situa-se na rua 25 de Abril, em frente ao mosteiro. Alguns exemplos destes doces são as barrigas de freira, pedras parideiras, ovos de pega, charutos de amêndoa, papos de anjo e pão de ló.

Depois de uma passagem por esta casa o melhor é mesmo seguir caminho até aos Passadiços do Paiva para quiemar algumas calorias. 

 

20210420_124308.jpg

 

20210421_173438 (2).jpg

 

PRÓXIMO DOS PASSADIÇOS DO PAIVA:

 

  • Ponte 516 Arouca: 

A maior ponte pedonal do Mundo foi inaugurada em Maio, cerca de quinze dias depois da minha visita pelo que terei de voltar a Arouca para esta experiência. Será certamente a grande atração deste ano. Tem 516 metros de comprimento e encontra-se a 175 metros acima do Rio Paiva. 

No percurso dos Passadiços passamos por um miradouro com vista priveligiada para um enorme vale, a Cascata das Aguieiras e agora a Ponte 516 Arouca.

 

20210419_140309.jpg

 

20210419_135809.jpg

 

  • Aldeia da Paradinha:

A Aldeia da Paradinha pertence à freguesia de Alvarenga e faz parte das Aldeias de portugal. O que mais a caracteriza são as casas de xisto e ardósia, e a sua localização sobre a encosta da montanha com vista sobre o Paiva. O acesso é por uma estrada estreita e com agumas curvas e no caminho passamos pelo Mira Paiva. A paisagem sobre o vale é magnífica.

 

20210419_172655.jpg

 

20210419_172757.jpg

 

Visitei esta aldeia depois de caminhar pelos passadiços e ao chegar à aldeia parece que recuamos no tempo. Somos recebidos por uma carismática mensagem junto ao cruzeiro. A aldeia tem uma pequena capela e uma praia fluvial. Aqui, mais uma vez escutamos os sons da natureza. Caminhar pela aldeia e apreciar a vegetação é mais um complemento à harmonia entre a natureza e a história.

 

20210419_173023.jpg

 

SERRA DA FREITA

 

Nesta pequena viagem foi a Serra da Freita que mais me encantou, com paisagens de cortar a respiração. Talvez por apenas ter lido curiosidades sobre os Passadiços do Paiva, já sabia mais ou menos o que ía encontrar. Mas a Serra da Freita foi uma surpresa. E o facto de ficar alojada em plena serra permitiu apreciar as paisagens e tranquilidade do local.

 

20210419_190508.jpg

 

Aqui encontramos 17 dos 41 geossítios do Arouca Geopark. São vários os percursos pedestres que nos guiam pela beleza da serra que se estende sobre a vila de Arouca, São Pedro do Sul e Vale de Cambra.

 

20210419_192638.jpg

 

20210419_192733.jpg

 

A natureza é fascinante e percorrer alguns locais da serra foi surpreendente.

 

  • Miradouro da Frecha da Mizarela:

A Frecha da Mizarela é a cascata mais alta de Portugal continental. Do miradouro é possível contemplar a paisagem envolvente e o som da água a correr pelas rochas.

 

20210419_182539.jpg

 

20210419_182515.jpg

 

20210419_182459.jpg

 

  • Casa das Pedras Parideiras:

É um centro de interpretação do fenómeno geológico que ocorre na serra - "a pedra que pare pedra". Os blocos graníticos apresentam nódulos que se individualizam da rocha-mãe.

Situa-se em Castanheira e pode ser visitado no horário 10h-12h30 e 14h-17h30. Infelizmente já se encontrava encerrada quando passei por lá.

 

20210419_190719.jpg

 

  • Radar Meteorológico de Arouca:

Uma torre com um piso panorâmico 360º encontra-se a 1100 metros de altitude. As vistas aéreas permitem contemplar os vales e montanhas. Em dias de céu limpo é possível observar desde a Figueira da Foz até ao Porto.

As visitas guiadas têm um custo de 4 € e ocorrem apenas por marcação prévia.

 

20210419_191714.jpg

 

20210419_191813.jpg

 

Não tive a oportunidade de subir até à torre do radar mas as vistas panorâmicas de baixo já são soberbas, pois estamos a 1000 metros de altitude. Lá de cima o alcance da vista será certamente avassalador. 

 

20210419_192328.jpg

 

  • Pedras Boroas do Junqueiro:

Em Albergaria da Serra é possível observar mais um fenómeno relacionado com a morfologia granítica. As rochas graníticas apresentam fissuração poligonal, formando uma rede de polígonos na superfície da rocha, o que faz lembrar as boroas de milho.

 

20210420_105317.jpg

 

20210420_105406.jpg

 

20210420_105452.jpg

 

  • Panorâmica do Detrelo da Malhada:

Mais um miradouro para apreciar o vale de Arouca, localizado em Moldes.

No dia que visitei o nevoeiro não permitiu apreciar a paisagem.

 

20210420_112613.jpg

 

20210420_112619.jpg

 

20210420_112809.jpg

 

  • Miradouro São Pedro Velho:

Permite obter uma panorâmica 360º sobre a Serra da Freita. Em dias de céu limpo os 1077 metros de altitude possibilitam observar as serras do Gerês, Marão, Marofa, Caramulo e Estrela, bem como o oceano Atlântico.  

 

  • Apreciar a fauna e a flora

Se nos Passadiços do Paiva já tinha observado a vasta fauna e flora, na Serra da Freita os animais vivem de forma livre e autónoma ao ar livre.

 

20210419_193050 (2).jpg

 

Cruzei-me com bovinos da raça Arouquesa, ovelhas e cabras.  A maior surpresa foi ver que não existem vedações. A serra é deles e só temos de respeitar o seu espaço.  

 

20210419_194319.jpg

 

20210419_193006.jpg

 

20210419_194728_Moment.jpg

 

Além dos fenómenos geológicos únicos também aqui podem ser observadas espécies raras de fauna e flora. Basta estarmos atentos, observarmos e interpretarmos a natureza.

 

20210419_190504.jpg

 

 

ALOJAMENTO NA SERRA DA FREITA:

 

Entre magníficos passeios também é necessário descansar. Pernoitei fora do centro da vila, em plena serra da freita e próximo de alguns geossítios do Geopark.

Escolhi o Hotel rural da Freita, um hotel de 3 estrelas na Mirazela. Os quartos são muito confortáveis e modernos. A vista da varanda é perfeita. O pequeno-almoço é muito variado e acima de alguns hóteis de 4 estrelas.

 

20210420_103845.jpg

 

20210420_093659.jpg

 

20210419_195620.jpg

 

Este é o local ideal que aconselho para quem pretende ficar no meio da natureza com a ruralidade de poder observar animais no seu habitat.

 

Existem muitos outros locais de interesse no Arouca Geopark. Mais dias nesta região são sinónimo de descoberta de mais lugares únicos.

Nesta curta viagem senti uma perfeita harmonia entre a natureza, geologia, cultura e história. Há muito por descobrir nesta região onde a história é contada pelas rochas, paisagens, serras e rios.

No meu primeiro dia fiz o percurso dos Passadiços do Paiva, visitei a aldeia da Paradinha e alguns locais da Serra da Freita. Pernoitei na serra e no segundo dia tive a pouca sorte de estar um nevoeiro que impossibilitou apreciar a vista de alguns miradouros. Neste segundo dia ainda visitei o centro histórico de Arouca.

Sair da cidade e durante uns dias poder usufuir das paisagens da natureza e do contacto com o meio ambiente é um privilégio. Sente-se uma tranquilidade contagiante.   

 

Para mais informações sobre outros locais de interesse e percursos pedestres consulte o site do Arouca Geopark.

 

Boa Viagem!

Titi

 

Para mais dicas e inspiração visite o meu instagram @atitijavolta

 

Passadiços do Paiva - uma caminhada em plena natureza

InShot_20210509_203747491.jpg

 

Há alguns anos que estava  na lista uma visita aos famosos Passadiços do Paiva. Situam-se no concelho de Arouca, no distrito de Aveiro, e foram inaugurados em 2015. O seu reconhecimento é internacional e já ganharam vários óscares do turismo.

 

Assim que entrámos na terceira fase de desconfinamento, e antes da inauguração da ponte 516 Arouca, decidi aventurar-me naquele que foi um passeio surpreendente. Os passadiços estão inseridos num cenário ideal para uma caminhada junto da natureza. E ver fotografias na internet não é a mesma coisa que sentir a natureza em pleno. Numa manhã de Primavera de um dia de semana, com poucos caminhantes, foi possível admirar as paisagens, explorar a flora e escutar a fauna.

 

A entrada tem um custo de 1€ no período de 1 de Novembro a 31 de Março e 2€ de 1 de Abril a 31 de Outubro. Os bilhetes podem ser adquiridos online ou na loja interativa de turismo de Arouca. Aos fins-de-semana e no Verão recomendo a compra antecipada. Podemos escolher o horário de entrada das 9 às 13 horas ou das 13 às 16 horas.

 

Os emblemáticos passadiços têm uma extensão de 8,7 Km que seguem a margem esquerda do rio Paiva, e ligam Areinho a Espiunca.

20210419_131330.jpg

 

Podem ser percorridos em ambos os sentidos, mas é o sentido Areinho – Espiunca que é considerado menos exigente. Penso que a razão será porque se começa por fazer a parte mais exigente do percurso logo no início, em vez de deixar para o fim.

 

Segui este conselho e estacionei o carro no parque de estacionamento da praia fluvial do Areinho. Trata-se de uma pequena praia com alguma areia e tem um bar.

20210419_131159.jpg

 

Com um calçado confortável foi altura de iniciar a caminhada. O início é um trilho de terra batida e é a partir da ponte de Alvarenga que os passadiços pedonais de madeira começam a deslumbrar.

20210419_132223.jpg

 

É desde a ponte de Alvarenga que se observa a Garganta do Paiva. É um geossítio que caracteriza o segmento do rio Paiva onde o leito se torna mais estreito até ao Vau.

20210419_134444.jpg

 

20210419_132948.jpg

 

A grande escadaria é mesmo a parte mais exigente do percurso. Mas a vista que começamos a ter faz esquecer os degraus.

20210419_132429.jpg

20210419_133401.jpg

 

Neste momento o grande destaque da paisagem é a ponte 516 Arouca, que foi recentemente inaugurada. Trata-se da maior ponte pedonal do Mundo, com 516m de comprimento de 175m de altura. A ponte encontra-se sobre um enorme vale.

20210419_135332.jpg

20210419_135809.jpg

 

A partir de um miradouro temos vistas sobre o rio, a montanha e ainda é possível admirar a ponte e a Cascata das Aguieiras. A cascata é formada pela queda de água da ribeira das Aguieiras. As águas caem pelas escarpas graníticas do rio Paiva.

20210419_140111.jpg

 

Depois do miradouro é altura de descer a escadaria.  A partir daqui o percurso fica mais plano e a parte mais exigente do percurso está feita.

20210419_140437.jpg

20210419_141512.jpg

 

Cada vez mais impressionada com a beleza do percurso, são vários os pormenores a que fui estando atenta. Ao longo do percurso encontramos os chamados biospots com informação sobre a diversidade de espécies, como insetos e plantas, e também referências à geologia e geossítios. No Paiva podemos encontrar algumas espécies ameaçadas na Europa.

20210419_132510.jpg

20210419_132625.jpg

 

A partir daqui fui apreciando a caminhada com tranquilidade. Uma surpresa foi ver que as cabras também passeiam próximo dos passadiços.

20210419_142353.jpg

 

A força das águas límpidas do rio a descer sobre as rochas é uma imagem maravilhosa.

20210419_142854.jpg

 

Depois chegamos a uma ponte suspensa. A travessia da ponte é opcional. Se passar para o lado de lá terá que regressar novamente para continuar o percurso.

20210419_145907.jpg

20210419_150101.jpg

 

Mais uns metros à frente chegamos à praia fluvial do Vau. Tem uma área razoável de areia e sombras das árvores, sendo o local ideal para fazer uma pausa com um lanche. Mais uma oportunidade de apreciar a transparência da água que no Verão será ótima para refrescar. Ainda cheguei a por os pés de molho.

20210419_150613.jpg

 

20210419_150721.jpg

 

20210419_152706.jpg

 

Quem não estiver em boa condição física pode terminar o percurso no Vau. Mas neste local não terá táxi à sua espera, apenas por contacto telefónico.

 

A partir do Vau já só faltam 4 Km e ainda há muito por apreciar. A caminhada prosseguiu com o silêncio apenas interrompido pelos sons da natureza.

20210419_154516.jpg

20210419_161626.jpg

 

A Gola do Salto é um geossítio que podemos observar através de uma plataforma junto aos passadiços. Trata-se do desnível mais acentuado no leito do Rio Paiva, em cerca de 3 a 4 metros, e é considerado um dos locais perigosos para a prática de desportos de águas bravas como o rafting e o kayak.

É incrível vivenciar a força e rapidez das águas nesta zona.

 

20210419_155545.jpg

 

20210419_155823.jpg

 

20210419_155606.jpg

 

Mais à frente chegamos ao Km 8 e fico com a sensação de missão cumprida.

20210419_163525.jpg

 

Após 700 metros chegamos ao final do percurso, na praia fluvial de Espiunca.

 

20210419_164219.jpg

 

Os mais corajosos podem fazer o percurso de volta.  Eu optei pela deslocação num transfer 4x4 para regressar ao Areinho. O valor são 15€.

Recomendo uma visita em alturas do ano menos turísticas para poder sentir a natureza em tranquilidade e sem grandes confusões, como foi o meu caso. No verão imagino que a dificuldade do percurso seja maior devido ao calor. Certamente que a ponte 516 Arouca será a grande atração turística deste ano.

 

Termino reforçando que os Passadiços do Paiva são o local ideal para quem procura apreciar a natureza com paisagens de cortar a respiração e observar formações rochosas, vida selvagem, cascatas, praias fluviais e pontes suspensas.

 

mapa.png

 

Mais informações no site oficial dos Passadiços do Paiva

 

Boa caminhada!

Titi

 

Para mais dicas e inspiração visite o meu instagram @atitijavolta