Malta: quando ir, o que visitar e onde ficar
Uma viagem pelas ilhas de cavaleiros
O país Malta consiste em 3 ilhas: Malta, Gozo e Comino. É o país mais pequeno da União Europeia, mas é o oitavo estado membro com maior densidade populacional e a segunda ilha mais populosa do mundo. Isto significa que apesar de se tratar de uma ilha a agitação e trânsito estão garantidos.
O Maltês é a única língua semítica escrita com o alfabeto latino. O inglês é outra língua nacional que se fala em todo o lado.
Malta tem-se tornado um destino bastante popular na escolha das férias dos portugueses. Isto deve-se ao facto de existirem voos diretos e acessíveis a partir de Lisboa (airmalta) e do Porto (ryanair).
Foi em outubro que apostei em Malta como destino de uma semana de férias. Antes da viagem tinha várias dúvidas na minha cabeça. Qual seria a melhor zona para ficar alojada e o melhor transporte para os vários locais que pretendia visitar. Quando escolho um destino começo sempre por selecionar os locais que considero obrigatórios conhecer e depois tento conciliar o alojamento e os transportes.
Em 2021 Malta condicionou a entrada no país apenas a turistas vacinados.
Atualmente, algo que não pode ficar esquecido e deve ser o primeiro passo quando se reserva uma viagem é incluir um seguro que cubra qualquer imprevisto relacionado com a COVID-19.
Neste post descrevo algumas recomendações e sugestões, baseadas na minha experiência, para quem pretender visitar Malta.
Quando visitar Malta?
Malta tem um clima mediterrânico. Na primavera e outono as temperaturas são amenas.
O verão é seco, muito quente e também turisticamente muito movimentado.
Em outubro experienciei todas as estações do ano numa semana. Houve dias de sol e outros mais nublados e até chuva. Por esta razão, fui adaptando o meu roteiro de acordo com a previsão meteorológica e visitei as praias nos dias de sol.
Malta é um destino cultural que pode ser visitado em qualquer altura do ano. Quem pretender fazer alguns dias de praia e também visitar os locais mais culturais, como eu fiz, aconselho na primavera ou outono.
Se o objetivo principal é aproveitar as praias o verão é a altura mais adequada. No entanto, na minha mais sincera opinião existem outros destinos com melhores praias para aproveitar nas férias de verão. No verão as temperaturas são altas e não irá conseguir absorver os locais mais culturais das ilhas. Além disso, o trânsito é caótico nesses meses.
Qual a melhor forma de deslocação nas ilhas?
Ao contrário do que habitualmente faço em outras ilhas, não aluguei carro.
O aluguer do carro permitia mais liberdade na gestão do roteiro e seria mais rápido chegar a alguns destinos. Não o fiz porque a condução em Malta é pela esquerda e o estacionamento nas cidades poderia ser um problema. A circulação ao contrário nas rotundas foi o que me fez mais confusão e ainda cheguei a ver alguns carros em contramão.
Optei por andar de transportes públicos e por isso a gestão do tempo teve de ser bem controlada. Na chegada ao aeroporto de Malta adquiri o cartão de transporte de autocarro “explore card”. Teve o custo de 21 € e permitiu viagens ilimitadas durante 7 dias.
Existem outras opções de cartões de transporte de acordo com a utilização prevista. Pode consultar essa informação no site dos transportes públicos de Malta.
A rede de autocarros é grande e está organizada. Contudo, a partir das 17 horas o trânsito ficava mais intenso e os autocarros viajavam com lotação máxima. Em várias paragens não chegavam a parar e via o desespero na cara de alguns passageiros. A minha sorte foi que normalmente entrava no autocarro nas primeiras paragens dessa linha. Imagino que no verão seja ainda mais complicado.
Também cheguei a utilizar a aplicação bolt para chegar mais rápido a alguns locais, como expliquei nos diários. É simples, rápido e muito cómodo.
A viagem da ilha de Malta até Gozo foi de ferry a partir de Cirkewwa. Teve o custo de 4,65€ e a travessia só se paga no sentido Gozo-Malta.
Visitei a ilha de Comino desde a ilha de Gozo. É em Mgarr que saem os barcos desde 10€ ida e volta com vários horários ao longo do dia.
Onde ficar alojado em Malta?
Face à minha escolha de transporte, tentei encontrar alojamento nas zonas que mais iriam facilitar as deslocações.
Foram vários os relatos que li de viajantes a aconselharem dispensar alguns dias na ilha de Gozo. E foi isso mesmo que fiz. Uma vez que o voo de regresso a Lisboa seria muito cedo, optei por ficar logo as primeiras duas noites alojada na ilha de Gozo para explorar esta ilha e a ilha de Comino. Depois retornei à ilha de Malta onde fiquei as restantes noites para conhecer os encantos desta principal ilha Maltesa.
Não faltam opções de alojamento, desde hotéis, aparthotel e apartamentos.
A minha escolha na ilha de Gozo foi o Hotel Duke Boutique na capital da ilha de Gozo. Localizado no centro da ilha e com uma rede de autocarros para todos os locais da ilha. Foi uma excelente escolha e onde mais absorvi a cultura dos malteses.
Na ilha de Malta fiquei alojada no Bayview Hotel localizado em Gzira, ao lado de Sliema, próximo de Valletta e a cerca de uma hora dos locais que fui visitando diariamente.
Esta localização foi ideal para utilizar os transportes públicos e percorrer toda a ilha. No entanto, por se tratar de uma zona turística, tudo parece feito para agradar os turistas e é mais difícil perceber quem são os malteses. Nesta zona não existem praias com areia e apenas algumas entradas para nadar no mar ou piscinas construídas sobre o mar.
Quem pretender visitar apenas os locais mais culturais deve procurar alojamento em Valletta, Mdina ou Rabat.
Se o intuito principal for fazer praia é no norte da ilha, nomeadamente em Paradise Bay, Golden Bay ou Mellieha Bay, que deve procurar alojamento. Mas as distâncias a partir daqui para os restantes locais em volta da ilha é maior.
O que visitar?
Há muito para ver e visitar neste país.
A duração da viagem e o interesse pessoal limitam a escolha do que visitar.
Através dos meus diários de viagem é possível perceber o que pode visitar nas três ilhas em uma semana. Isto sempre de acordo com os meus gostos pessoais e do meu ritmo de viagem. Existiram dias mais preenchidos e outros mais calmos.
Dia 1 - O início da viagem a Malta
Dia 2 - O paraíso da Lagoa Azul
Dia 3 - A encantadora Ilha de Gozo
Dia 4 - Sentir a alma da capital Valletta e das Três Cidades
Dia 5 - A vila dos barcos com olhos e a mais bonita gruta de Malta
Dia 6 - A medieval Mdina, a história de Rabat e a melhor praia de Malta
Dia 7 - A fascinante Vila do Popeye e as praias do norte da ilha de Malta
Gastronomia:
A cozinha maltesa tem vários pratos com ingredientes de produção ou origem local. Tem uma influência da cozinha italiana, espanhola e moura.
O coelho é o prato mais popular e o pastizzi é o snack mais apreciado. Trata-se de um folhado recheado com queijo, ervilhas ou carne.
Existem várias opções a vários preços. A grande maioria de restaurantes são sem dúvida os restaurantes com influência italiana. Pizzas e pastas não faltaram nesta viagem.
As minhas conclusões sobre Malta:
Após mais de um ano sem sair do país devido à pandemia e após alguma indecisão, acabei por escolher um destino que não estava no início da minha infinita lista de desejos mundiais. A aposta foi Malta e não poderia haver melhor opção, principalmente por ser no início do outono.
Este destino, a três horas de Portugal, foi a lufada de ar fresco por que ansiava.
Foi uma viagem repleta de atrações naturais, culturais e históricas. Malta é um país multicultural e em alguns momentos foi difícil perceber quem por ali era o verdadeiro maltês.
Mas a cultura maltesa tem características muito próprias e é nos locais menos turísticos que a podemos vivenciar.
A sua história teve várias influências. Todos os monumentos culturais têm uma história associada e saí deste país a falar dos cavaleiros da ordem de Malta.
Os primeiros dias foram passados nas mais pequenas ilhas maltesas. Cada ilha mostra algo diferente. Em Gozo a natureza, as caminhadas e mergulho são as maiores atrações. Comino tem a Lagoa Azul com uma das mais pitorescas vistas do mediterrâneo.
A viagem pelas três ilhas tornou a experiência mais aventureira e completa. Foram várias as atividades que preencheram os dias, como snorkelling, passeios de barco e caminhadas.
Malta não tem muitas praias de areia. Ao longo de Sliema e St. Julian´s os banhos de mar são em piscinas nas rochas e as poucas praias de areia que existem costumam ficar lotadas no verão. É por esta razão e pela questão dos transportes que só aconselho a visita no verão a quem apenas procura atividades aquáticas.
Este país já serviu de pano de fundo a muitas produções de cinema. Existe uma vila que foi inteiramente construída para o cinema e outros locais depois de aparecerem em séries ganharam ainda mais interesse turístico.
Contudo, Malta não tem só aspetos positivos. As ruas são sujas e ao lado de um edifício imponente pode estar um edifício degradado. Vi muito lixo no mar, principalmente na famosa janela azul na ilha de Gozo. Refiro isto para não criarem a ilusão de que tudo é bonito.
A arquitetura das marquises foi algo que adorei e irei guardar para sempre na minha imaginação quando pensar em Malta.
Se procura uma viagem com um misto de história, arquitetura, paisagens de natureza e algumas praias este é o destino certo.
Ficou com vontade de conhecer este país? Conte-me tudo nos comentários.
Boa Viagem!
Titi
Para mais dicas e inspiração visite o meu instagram @atitijavolta