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A Titi já volta

A Titi já volta

Vereda do Pico Branco e Terra Chã

A mais bonita caminhada no Porto Santo

 

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Um dos postais mais conhecidos da ilha do Porto Santo é a imagem da praia com os vários picos de diferentes altitudes situados na zona norte e montanhosa da ilha. O Pico do Facho tem uma altitude de 517 metros e é o pico mais alto da ilha. Era aqui que se acendiam fachos para avisar a população da aproximação de barcos inimigos.

Só os mais curiosos costumam explorar este lado da ilha dourada, em busca de paisagens únicas.

 

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Depois de perceber que a ilha do Porto Santo não se resume a praia, fui explorar a ilha de outra forma.

Existem recantos de imensa beleza que apenas são alcançados numa caminhada.

São duas as principais veredas no Porto Santo: a vereda do Pico Branco e Terra Chã (PS PR1) e a vereda do Pico Castelo (PS PR 2).

Foi no início de uma manhã que conduzi até ao nordeste da ilha pela estrada regional 111, uma zona mais selvagem e envolvida por montanhas, para fazer a vereda do Pico Branco e Terra Chã. O Pico Branco é o segundo pico mais alto da ilha.

 

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Comecei o trilho eram oito horas da manhã, aproveitando o tempo ainda parcialmente nublado, uma vez que em grande parte do percurso não existe sombra.

 

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O início da vereda é marcado por uma vegetação seca e com alguns declives mais acentuados. Este era um caminho por onde passavam burros quando os habitantes semeavam cevada em Terra Chã.

 

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À medida que a altitude vai aumentando a vista das altas falésias começa a surpreender. E de um momento para o outro a paisagem muda de uma vegetação seca para um cenário mais verde. A partir dali ficamos rodeados de várias árvores, com predominância de ciprestes. Em profundo silêncio cruzei-me com alguns coelhos.

 

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Numa certa altura cheguei a uma bifurcação. Pela esquerda é o acesso de 200 metros ao topo do Pico Branco e à direita o percurso de 400 metros conduz a Terra Chã.

 

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Em primero lugar fui visitar Terra Chã que é considerado o local com a flora mais bem conservada na ilha. Do seu miradouro avista-se a serra, o mar e os ilhéus.

 

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Em Terra Chã existem uma casa e umas mesas que convidam a um lanche perante uma fantástica paisagem.

 

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Depois voltei à bifurcação e subi o Pico Branco. Estava neste momento a 450 metros de altitude e o contraste do azul do mar com o verde da vegetação é lindo. A vista abrange parte da ilha.

 

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Depois de sentir e apreciar devidamente este local sem pressa, foi só descer o caminho todo para trás.

 

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No total esta vereda percore uma distância de 5,4 Km. Demorei cerca de duas horas e meia e no regresso o sol já se começava a fazer sentir.

Durante o percurso encontrei cerca de quatro pessoas no cume do pico e mais algumas durante o regresso quando o calor já se começava a sentir. O meu conselho é fazer esta vereda no início da manhã quando as temperaturas não dificultam, e quando o silêncio é apenas interrompido pela fauna.

Esta vereda foi o melhor encontro com a natureza que poderia ter tido nesta bela ilha.

 

Ler também: Guia sobre o que ver e fazer no Porto Santo

 

Boa caminhada!

Titi

É uma casa portuguesa, com certeza! É a casa-museu Amália Rodrigues

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Fui visitar o museu que todos os portugueses deviam conhecer. Lembro-me de há uns tempos ter visto a casa da Amália Rodrigues na televisão e imediatamente pensei que tinha de lá ir. Era uma visita que andava a adiar há algum tempo mas finalmente concretizei. E gostei bastante. 

Amália Rodrigues viveu durante 45 anos no número 193 da Rua de São Bento em Lisboa.

 

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Após a sua morte foi cumprido o seu desejo de tornar esta casa um museu. Foi inaugurado em 2001 e partilha o lado mais pessoal da artista.

 

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Nesta casa fazemos uma autêntica viagem pela sua vida e dia-a-dia. Todos os objetos têm uma história associada.

É possível ver, por exemplo, os vestidos escuros ou coloridos, os sapatos altos, as jóias que usava em palco, os seus perfumes e vários objetos do dia-a-dia.  

 

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Durante a visita apenas foi possível fotografar a zona da receção e do terraço. Todo o mobiliário e decoração são originais. Tudo está como foi deixado pela anfitriã da casa.

Ao entrar na casa é notável que se trata de uma casa dos anos 50 que está muito bem preservada.

O gosto de Amália pela arte é bem visível pela presença de várias peças de artesanato e pinturas de arte . São vários os retratos da artista e as figuras religiosas. 

Na cozinha ainda se encontra o último papagaio de Amália. O simpático Chico faz-se ouvir e interage com os visitantes.

 

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A visita é acompanhada por um guia que explica a história da casa, dos objetos e da artista.

Na sala de estar a guitarra portuguesa e o piano estão em destaque.

A sala de jantar tem a mesa posta mostrando a loiça usada pela fadista.

No quarto podemos ver um oratório que demonstra o lado religioso de Amália.

Amália nunca expôs os seus prémios e honras em casa. Por isso só os vemos no local onde era a garagem e hoje em dia é a receção do museu.

A visita termina num agradável jardim onde o Chico costuma estar nos dias mais soalheiros.

 

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Este museu preserva as memórias e história de uma das maiores personalidades da cultura portuguesa. E por isso merece uma maior divulgação principalmente nas gerações mais novas. Acho impensável se daqui a umas décadas as novas gerações não saibam e não valorizem quem foi Amália Rodrigues. 

Há uns anos atrás quando estávamos em qualquer país pelo mundo assim que falávamos em Portugal do outro lado ouvíamos o nome de Amália. E isto tem uma razão. Amália Rodrigues levou a sua voz e a língua portuguesa a mais de cem países e as suas tournées mundiais incluiram os cinco continentes.

 

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As visitas a esta casa-museu são sujeitas a marcação prévia de terça-feira a domingo entre as 10 e as 18 horas. É grátis até aos 12 anos, os adultos pagam 7€ e para maiores de 65 anos tem o custo de 6€.

Mais informações no site da Fundação Amália Rodrigues.

 

Boa visita!

Titi