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A Titi já volta

A Titi já volta

Fim de semana na Serra da Estrela

Covilhã, Torre, Sabugueiro e Seia

 

O fim do inverno foi assinalado com uma escapadinha à serra mais alta de Portugal Continental.

Um destino de natureza onde encontrei vales cobertos de neve, vários miradouros, lagos e aldeias históricas. Sempre com uma paisagem que transmite a tranquilidade que se vive no interior de Portugal.

Apesar de ter nevado pouco durante o inverno, no mês de março a neve marcou presença. Tornou a paisagem ainda mais bonita e propícia a aventuras.

O Parque Natural da Serra da Estrela é muito mais que neve e não se resume à zona da torre, que é o principal local visitado pelos turistas.

Neste post partilho o meu roteiro de dois dias pela Serra da Estrela. Tivesse eu mais uns dias e a experiência tinha sido ainda mais completa.

 

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O resumo da minha escapadinha:

Dia 1: Covão d'Ametade - Covilhã - Hotel Pura lã

Dia 2: Miradouro da Varanda dos Carqueijais - Torre - Sabugueiro - Seia

 

Dia 1: Covão d'Ametade - Covilhã - Hotel Pura lã

 

Fiz a viagem durante a manhã e cheguei às Penhas da Saúde à hora de almoço. Esteve um dia nublado e de chuva. Pretendia visitar a torre neste dia. Devido às condições climatéricas o acesso à torre estava encerrado e todo o meu roteiro teve de ser modificado. 

Segui em direção ao Covão d´Ametade. Localiza-se no início do vale glaciário do Zêzere.

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Há quem o chame de bosque encantado, principalmente quando está coberto de neve. A chuva não ajudou muito a explorar este covão, mas é um ótimo lugar para apreciar a natureza, caminhar e até fazer um piquenique.

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Com a chuva a não dar tréguas, desci a serra sem conseguir aproveitar a vista dos miradouros devido ao nevoeiro. Fui aproveitar o centro histórico da cidade neve.

A uma distância de 20Km da torre encontra-se a Covilhã, uma cidade que já visitei várias vezes. É a cidade da indústria da lã e de estudantes universitários.

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Nesta visita o meu principal interesse foi explorar a rota arte urbana.

Estacionei o carro próximo do mercado municipal e fui em direção ao miradouro das Portas do Sol. Em dias de sol é possível apreciar a vista.

Seguindo a rua Portas do Sol fui encontrando várias ruas com murais de street art. É uma surpresa a cada rua que percorremos.

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A igreja de Santa Maria Maior é uma igreja barroca revestida de azulejo.

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Segui em direção à Praça do Município onde se encontram a câmara municipal, o teatro municipal e a igreja da misericórdia.

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Também por aqui existem algumas lojas com típicos produtos serranos.

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Ao final da tarde fui até ao Puralã - Wool Valley Hotel & SPA. Foi o alojamento que escolhi para passar a noite. O hotel é acolhedor e situa-se numa zona tranquila da cidade.

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Foi no spa que terminei o dia de uma forma relaxante.

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Dia 2: Miradouro da Varanda dos Carqueijais - Torre - Sabugueiro - Seia

 

Sou apreciadora de um bom pequeno-almoço de hotel e fiquei cheia de energia para aproveitar mais este dia em terras serranas.  

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O dia amanheceu com céu limpo e sol e foi possível ir até à torre.

Mais uma vez percorri as cénicas estradas repletas de curvas subindo a serra. E desta vez o bom tempo permitiu uma paragem com vista no Miradouro da Varanda dos Carqueijais. Foi recentemente considerado um ponto de paragem obrigatório a quem visita a serra.

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Trata-se de uma plataforma pedonal suspensa com vista para a paisagem da Covilhã, Cova da Beira, Serra da Estrela e a natureza envolvente.

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Depois de passar por Penhas da Saúde, com cerca de 1500 metros de altitude, começo a ver uma paisagem completamente pintada de branco. A noite tinha sido de nevão.

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Próximo da Torre desfrutei de algumas horas de brincadeiras com as crianças, bastantes escorregadelas e muitas gargalhadas.

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E foi cumprido o ritual de fazer um boneco de neve e praticar sku.

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De repente o sol desapareceu e começou a nevar. Ainda fui ao centro comercial da Torre onde é possível comprar uma variedade de queijos e outros produtos típicos da região.

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A Torre encontra-se a 1993 metros de altitude, sendo considerado o ponto mais alto de Portugal Continental. É aqui que se situa a única estância de ski do país.

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Depois segui caminho na direção de Seia. E posso afirmar que esta manhã com algumas horas de sol foi uma sorte porque ao descer a Serra percebi que o acesso já se encontrava novamente fechado. Todas as pessoas que chegaram ao início da tarde, como eu no dia anterior, ficam com aquele sentimento de desilusão de não conseguirem chegar ao local onde realmente há neve.

A paragem seguinte foi no Sabugueiro. É conhecida como a aldeia mais alta de Portugal, com uma altitude de 1050 metros.

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É uma aldeia tradicional com típicas casas de granito. Num passeio pelo centro histórico podemos encontrar a igreja matriz e uma fonte. Fui recebida por um sorriso daqueles que habitam esta aldeia de montanha.

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Outra atração desta aldeia é a praia fluvial do Sabugueiro com um parque de merendas. Certamente que será um agradável e refrescante local nos dias de verão.

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A viagem continuou e terminou em Seia, no universo do pão.

Quando penso em Seia é inevitável não pensar no queijo de Seia. Mas esta aldeia é também conhecida pelo pão.

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O museu do pão tem uma dimensão maior do que eu imaginava. São necessárias pelo menos três horas para ver tudo com calma e desfrutar do espaço.

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Existem 4 salas temáticas, uma mercearia tradicional, um bar e um restaurante.

Na primeira sala é apresentado o ciclo do pão através de uma recriação do antigo ciclo tradicional do pão português.

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A bicicleta pasteleira era o meio onde se transportava o pão.

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E como se diz pão no Mundo?

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Faz parte da coleção do museu uma escrivaninha que pertenceu a Fernando Pessoa. O poeta chegou a escrever alguns poemas com referência ao pão.

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Ainda existe um espaço temático dedicado às crianças. Os duendes da tribo dos Hérmios recriam a história do pão e no final as crianças colocam a mão na massa para trazerem uma recordação do museu.

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O museu está aberto de terça a domingo entre as 10 e as 18 horas. O bilhete de entrada tem um custo de 5€ para adultos, 3€ para crianças e 4€ para seniores.

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Em Seia também existe o museu do brinquedo e o museu da eletricidade que tiveram de ficar para uma próxima visita.

E assim foi esta escapadinha de despedida de um inverno pouco rigoroso. Foi um fim-de-semana bem preenchido. Sem dúvida que a Serra da Estrela tem um encanto especial com neve e céu limpo. Mas fiquei com vontade de voltar numa altura fora do inverno para vivenciar os inúmeros trilhos que é possível fazer e desfrutar das praias fluviais.

 

Bons passeios!

Titi

 

Férias em grande na pequena ilha dourada

Viagem à ilha do Porto Santo

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Uma praia maravilhosa e paisagens únicas foi o que encontrei no Porto Santo em 2021. Percebi a razão de tantas pessoas escolherem repetidamente este destino para as suas férias e regressei em 2023.

 

Localização:   

A ilha do Porto Santo situa-se a 75 Km da ilha da Madeira e tem 11.4 Km de comprimento e 6 Km de largura.

 

Clima:

Porto Santo tem um clima ameno, não tendo consideráveis oscilações de temperatura. Nos meses de verão a temperatura da água do mar atinge os 25ºC.

As águas cristalinas do mar com temperatura convidativa e um azul turquesa fez com que merecesse o título de melhor praia de dunas no concurso 7 maravilhas – praias de Portugal.

Os habitantes locais referem que é no final de agosto e setembro que o tempo costuma estar menos nublado e a água do mar mais quente. Acabei por confirmar esta teoria depois de ter visitado a ilha em junho e agosto. 

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É habitual a presença de nuvens durante o período da manhã, mas que em nada interferem com a temperatura e a ida à praia.

 

História:

A origem do nome da ilha está relacionada com o facto de ter sido um porto de abrigo para os navegadores que aqui chegaram durante uma tempestade. Foi um verdadeiro porto santo.

A ilha do Porto Santo foi descoberta em 1418 por João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo. Em 1466 D. Henrique doou a ilha a Bartolomeu Perestrelo.

Entre 1479 e 1481 viveu nesta ilha Cristóvão Colombo que casou com D. Filipa Moniz, filha de Bartolomeu Perestrelo. Foi nesta ilha que Cristóvão Colombo desenvolveu os seus conhecimentos de navegação e planeou a viagem à América.

A casa onde viveu situa-se no centro de Vila Baleira, sendo atualmente a Casa Museu Cristóvão Colombo.

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Praia:

Uma das imagens de marca da ilha é a extensa praia de 9 Km com areia fina e dourada. É por isso conhecida como a ilha dourada.

A areia da praia é composta de microfósseis e fragmentos de algas calcárias que juntamente com as propriedades químicas, físicas e térmicas atribuem propriedades terapêuticas e medicinais no tratamento de doenças ortopédicas e reumáticas. É por esta razão que é perfeitamente normal ver pessoas completamente enterradas até ao pescoço na areia.

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A praia do Porto Santo é sem dúvida uma das melhores praias de Portugal. Os 9 Km de extensão permitem o distanciamento físico como nunca vi em outra praia. Basta andar um pouco a partir dos vários acessos e é possível ter a sensação que a praia é só nossa.

 

O que ver e fazer:

Apesar de pequena a ilha tem muito para explorar.  Uma semana de férias neste destino não se resume a ficar estendido na praia de areia dourada.

É possível ocupar os dias com museus, miradouros, passeios em contacto com a natureza e outras experiências.

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Alugar um carro é a melhor forma de explorar recantos magníficos. Apesar de adorar ir à praia, fiquei completamente surpreendida com o que descobri.

O passeio de barco, a vereda e o passeio a cavalo tornaram estas férias ainda mais inesquecíveis.

E para reunir todas as experiências criei um guia sobre o que pode ver e fazer numa viagem pela ilha dourada.

 

Gastronomia:

Na primeira vez que visitei a ilha viajei em regime de tudo-incluído e o hotel tinha noites temáticas associadas a experiências gastronómicas.

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Foi na noite madeirense que apreciei as típicas lapas. O bolo do caco com manteiga de alho é sempre a minha maior tentação gastronómica na ilha.

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Alojamento:

 Em 2021 fiquei alojada no Hotel Vila Baleira Resort & Thalasso Spa.

Tem acesso direto à praia e encontra-se a 4 Km de Vila Baleira, estando localizado numa das melhores zonas da extensa praia do Porto Santo.

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Existem dois edifícios. O principal com quartos de hotel e um outro com apartamentos. 

As noites temáticas estão divididas entre o restaurante buffet Atlântico e o restaurante Dunas. A comida era saborosa e variada. Apreciei toda a variedade de serviços no interior do resort, mas foi no acesso às refeições que experienciei os momentos menos calmos nesta ilha. Constatei que o espaço da restauração não tem capacidade para a lotação máxima do hotel e apartamentos e durante a época alta obrigam ao serviço de tudo incluído. Mesmo existindo a divisão dos hóspedes por turnos nas refeições, a maioria não cumpre e contribuem para a desorganização.

A infra-estrutura torna este hotel muito indicado para famílias. As crianças estão sempre entretidas entre o parque infantil, miniclube, piscina exterior de água do mar, piscina interior aquecida de água do mar e sala de jogos.

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A equipa de animação estava sempre sorridente.

Durante a semana tive acesso a um circuito thalasso & spa de banhos com água do mar a 37º. Faz parte de tratamentos antisstress, prevenção e alívio de problemas ósseos e musculares.

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O circuito tem início num corredor de marcha, depois passamos para a piscina animada e terminamos na piscina de relaxamento.

 

As minhas conclusões sobre a ilha do Porto Santo:

Porto Santo tem sem dúvida uma das melhores praias de Portugal. A areia dourada e a água transparente e quente fizeram-me questionar se não estava nas Caraíbas.

Nesta ilha de histórias e tradições, a sua beleza natural e a gastronomia também me conquistaram.

As várias atividades em terra (passeios a pé, a cavalo, volta à ilha), no mar (passeios de barco, mergulho), e na natureza (fauna, flora e locais de relevância geológica) tornam esta ilha muito especial.

A ilha é organizada, limpa e com os serviços necessários à população. É também muito tranquila e por isso é o local ideal para descansar o corpo e a mente.

Não houve nada de que não gostasse ou sentisse falta durante uma semana de férias, mas este não é um destino para quem procura movimento e agitação.

A parte que menos me agradou foi o preço da viagem.  A apenas 1h20 de Lisboa e sendo uma ilha portuguesa, continua a ser mais barato viajar, por exemplo, para as ilhas espanholas.

 

Ler também: 

Guia sobre o que ver e fazer no Porto Santo

Vereda do Pico Branco e Terra Chã

 

Será sempre um destino para regressar. 

 

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Uma ilha pequena para umas férias em grande!

 

Titi