Madrid em 4 dias
Madrid é considerada a terceira maior cidade da Europa. É famosa pela sua arquitetura contemporânea e vida noturna.
A cidade tem vida e alegria. É possível percorrer a cidade a pé e adaptar-se aos hábitos madrilenos, como experimentar diferentes tapas em vários bares, dormir uma sesta, e ficar acordado até de madrugada.
Madrid é uma cidade maravilhosa para ser visitada em qualquer altura do ano. Fomos no Outono, altura em que as cores vivas dos vários parques existentes na cidade proporcionaram bonitas paisagens.
Dedicámos 4 dias a esta cidade em Outubro de 2018. Aproveitámos o dia e a noite da vida madrilena.
Dia 1 – Viagem Lisboa – Madrid
Foi uma viagem com início madrugador, uma vez que a partida do aeroporto Humberto Delgado estava prevista para as 7 horas da manhã. O voo da easyJet, com duração de cerca de 55 minutos, teve um atraso de cerca de 1 hora devido a algum nevoeiro.
Às 10 horas já estávamos em terras madrilenas. Para nos deslocarmos até ao centro da capital de Espanha apanhámos o metro. A rede de metro de Madrid é bastante extensa e cobre praticamente todos os pontos da cidade, sendo a forma mais eficiente, rápida e económica de nos deslocarmos. Adquirimos um cartão (tarjeta multi – 2,50€) e carregámos com 10 viagens (12,20€) que fomos utilizando ao longo dos dias. Este cartão pode ser utilizado por mais de uma pessoa, desde que seja passado na máquina de entrada o número de vezes correspondente ao número de pessoas. Existe também um suplemento obrigatório de 3€ por pessoa para entrada e saída no aeroporto utilizando o metro.
Uma vez que a estação da Gran Vía se encontrava encerrada, saímos em Callao. Percorremos a Gran Vía que é a avenida mais famosa de Madrid. É uma avenida repleta de lojas e onde se sente o ritmo madrileno.
Na Calle de la Montera encontrámos a Cerveceria 100 Montaditos onde almoçámos. Apesar de já existir em Portugal nunca tínhamos experimentado e acabámos por desfrutar dos montaditos no país de onde este conceito é nativo. Encontrámos opções variadas, saborosas e baratas.
Seguindo a Calle de la Montera fomos dar à Puerta del Sol. Aqui é o centro da cidade, e seja de dia ou de noite encontra-se sempre repleta de pessoas. Nesta praça encontramos o símbolo turístico da cidade, a estátua de um urso agarrado a um medronheiro.
Em frente à sede do governo regional encontramos no chão uma placa que corresponde ao quilometro zero, sendo o ponto a partir do qual todas as distâncias em Espanha são medidas.
É sem dúvida a praça mais agitada e onde sentimos a alma da cidade. Foi a partir desta praça que todos os passeios nos dias seguintes se iniciaram, visto dar acesso a várias ruas.
Seguindo pela Carrera de San Jeronimo seguimos por várias ruas até à Plaza de Santa Ana, rodeada de cafés e restaurantes de tapas.
Através da Calle de Alcala passámos pela Plaza de Cibeles onde se encontra a estátua da Deusa da Fertilidade e o Palácio de Cibeles. Continuámos até à Puerta de Alcalá, uma das portas de entrada da cidade.
Às 15 horas fomos até ao apartamento que tinhamos alugado no airbnb, e que ficava na Calle San Lorenzo com acesso pela Calle Hortaleza ou pela Calle Fuencarral. Situava-se no bairro da Chueca, mesmo ao lado do bairro Malasaña.
Após descansarmos um pouco, fomos de metro até à estação de Atocha para visitarmos o Museu do Prado. A entrada é gratuita de segunda a sábado entre as 18 e as 20 horas e aos feriados das 17 às 19 horas. Este é o maior museu de Espanha e um dos mais importantes da Europa. Tem obras de vários pintores europeus como Velázquez, Goya, El Greco, Rembrant, Botticelli, etc. Apesar da longa fila, a entrada foi rápida. No entanto, duas horas neste vasto museu apenas permitiram apreciar algumas das obras mais conhecidas e que tinha mais interesse em conhecer. Sugiro a visita às obras de El Greco e a sala dedicada aos quadros de Goya sobre a guerra civil. Destaco a obra mais famosa do museu, Las meninas de Velázquez, e também La utima cena, e a Sagrada Família.
Ao lado do Museu do Prado fica a igreja San Jeronimo El Real.
Após anoitecer a Puerta del Sol mantinha a mesma agitação que constatámos todos os dias, independentemente do horário.
Terminámos este longo dia na Calle Hernán Cortés, no bairro da Chueca, onde jantámos no restaurante Hummuseria. Trata-se de um restaurante vegetariano dedicado ao hummus e onde o ambiente é acolhedor e simpático.
Dia 2 em Madrid
O dia 12 de Outubro é o Dia Nacional de Espanha e por isso é feriado. Iniciámos o nosso passeio pela Puerta del sol e saindo da praça pela calle Arenal fomos dar ao Teatro Real.
A partir daqui facilmente chegámos à Plaza de Oriente com o Palácio real de frente. Estavam a decorrer as comemorações do dia de Espanha com um grande aparato, uma vez que os Reis iriam dar uma receção a alguns convidados que já desfilavam de carro para a entrada no palácio.
Por este motivo não estavam a decorrer as visitas ao palácio, pelo que adiámos a visita para o dia seguinte. O dia amanheceu cinzento e por esta altura começaram alguns chuviscos.
De frente para a entrada do palácio encontrámos a Catedral de Santa Maria la Real de Almudena que pudemos visitar através de um donativo de 1€. Esta catedral reflete uma mistura de vários estilos arquitetónicos. Estão descritos no interior os acontecimentos mais importantes que ali aconteceram, como o casamento dos reis.
Seguindo pela Calle Mayor encontrámos a Plaza de San Miguel, com o conhecido e turístico Mercado de San Miguel. É um espaço repleto de tapearias e restaurantes gourmet onde encontramos uma variedade de produtos regionais e internacionais. Este mercado encontra-se sempre lotado e em geral os preços são mais elevados.
Mais à frente encontrámos a Plaza Mayor. Esta deslumbrante praça é caracterizada pelos seus belos edifícios e artistas de rua. Encontra-se rodeada por restaurantes, bares e a animação é uma constante.
Seguindo pela Calle de Atocha encontramos um restaurante onde desfrutámos de um dos pratos típicos de Espanha, a paelha de marisco.
Continuámos o nosso passeio pela Calle de Magdalena e a Calle Jesus y Maria até à Plaza de Lavapiés. O bairro de Lavapiés é conhecido como o mais multicultural da cidade, acolhendo uma forte comunidade de imigrantes.
Seguimos pela Ronda de Atocha até ao Museu Reina Sofia. Por se tratar do dia Nacional de Espanha, as entradas durante este dia foram gratuitas. O Museu divide-se em dois edifícios, Sabatini e Nouvel. A entrada pelo edifício Nouvel (Ronda de Atocha, esquina plaza del Emperador Carlos V) normalmente é mais rápida por a fila ser menor.
Começámos a visita pelo piso 2 onde se encontra a obra mais famosa e visitada deste museu de arte contemporânea, o Guernica de Picasso que retrata a Guerra Civil espanhola. O museu dispõe as suas obras divididas em três coleções para além das exibições temporárias.
Tal como no Museu do Prado seria necessário um dia para explorar todas as obras do museu.
Depois de cerca de duas horas no museu fomos até à Estação de Atocha. A sua arquitetura e construção em ferro e vidro foi supervisionada por Eiffel.
Não se trata apenas de uma estação de comboio. Tem também um centro comercial e um jardim no interior.
Em 2004 ocorreu ali um ataque terrorista. Existe um memorial às vítimas deste atentado numa rotunda ali ao lado.
Depois fomos explorar o Parque del Retiro, um espaço agradável para passear, relaxar ou praticar desporto no centro da cidade.
Ao redor dos espaços verdes visitámos o Palácio de Cristal e o Palácio de Velazquez, ambos de entrada gratuita.
Na parte norte do parque existe um lago em frente à estátua de Alfonso XII onde é possível desfrutar de um passeio de barco. Por ali também se encontram bastantes artistas de rua em atuação. Foi um parque que adorámos conhecer e por isso voltámos a visitá-lo no dia seguinte.
Como queríamos ver o pôr-do-sol no Templo de Debod, apanhámos o metro até à estação sol. Dali fomos novamente até à Plaza de Oriente onde tínhamos estado de manhã. À direita do Palácio passámos pelos Jardines de Sabatini.
Conseguimos chegar ao Templo de Debod a tempo de vermos o pôr-do-sol. Este templo egípcio foi uma oferta do Egipto à Espanha pela ajuda na proteção dos seus templos de Núbia. Dali temos vista para a Casa de Campo.
Ao anoitecer passámos pela Plaza de Espanã e percorremos a Gran Vía.
Esta avenida estava repleta de uma multidão, seja de pessoas a fazer compras ou nas filas para os vários espetáculos de teatro ou cinema que ali existem. À noite esta avenida tem ainda mais glamour.
Jantámos umas tapas e regressámos ao apartamento para descansarmos um pouco.
Mais tarde voltámos a sair até ao centro da cidade.
Na Plaza San Ginés encontramos a famosa chocolatería San Ginés que está aberta desde 1894. É o local mais popular para tomar um chocolate quente com churros. O espaço relembra os cafés do século XIX e está aberto durante 24 horas. É habitual ter longas filas mas como já chegámos perto da meia-noite a fila era pequena.
Gostei da experiência e recomendo. Assim terminámos este longo dia com um momento doce.
Dia 3 em Madrid
O dia amanheceu com sol e esteve calor durante todo o dia. Iniciámos a manhã com a visita ao palácio.
Estivemos cerca de meia hora na fila para a a entrada. A dimensão do palácio é impressionante, pois trata-se do maior palácio real na Europa. Existem mais de 3000 salões magníficos da coroa espanhola. A entrada fica no lado sul, do lado da Plaza de la Armería.
A imponente escadaria transporta-nos até à observação das pinturas de Conrado Giaquinto no teto, que representam o triunfo da religião e a proteção da igreja pela monarquia espanhola.
A partir do quarto de Carlos III não é permitido fotografar. Das várias salas que fazem parte da visita destaco o salão de Carlos III, o quarto de porcelana, o quarto amarelo, a sala de banquetes, a capela real, o salão do trono e a sala da coroa. O salão do trono é o espaço mais representativo do palácio, onde se encontram dois tronos e quatro leões de bronze dourado. Na sala da coroa tivemos oportunidade de observar a coroa real e o cetro.
A família real não vive aqui, embora utilize o palácio ocasionalmente para visitas de estado, tal como aconteceu no dia anterior.
Depois visitámos a Real Armería que alberga a coleção de armas pessoais e militares e armaduras desde o século XIII. A exposição também inclui tapeçarias, pinturas e outras obras de arte.
Após a visita ao palácio real seguimos pela Calle Bailén até à Basílica de San Francisco el Grande. Continuando pela Gran via de San Francisco fomos até à Puerta de Toledo, outra porta de entrada na cidade.
Seguimos pela Calle de Toledo até ao bairro Latina.
Entretanto apanhámos o metro até ao Parque del Retiro. Neste dia voltámos com a ideia de desfrutarmos de um passeio de barco no lago. O aluguer da barca custa 8€ e é válido durante 45 minutos para até 4 pessoas.
Apesar da maior zona verde da cidade ser a Casa de Campo, o Parque del Retiro foi o que mais gostámos e recomendamos. Vários artistas de rua animavam esta tarde de sábado.
Saímos do parque na direção da Calle de Alcalá que dá acesso ao bairro de Salamanca.
Este bairro é conhecido como a zona mais exclusiva de Madrid, acolhendo as lojas mais requintadas de grandes nomes do design e lojas de luxo de todos os géneros.
Passámos pela Puerta de Alcalá e seguimos pela Calle de Serrano onde se encontram várias lojas de luxo. Já eram cerca de 16 horas e ainda não tínhamos almoçado e estávamos cansadas de todo o percurso que já tínhamos feito a pé. Encontrámos o Le Pain Quotidien onde recarregámos baterias com um fantástico brunch.
Já com mais um pouco de energia percorremos a Calle José Ortega y Gasset e o Paseo de Recoletos.
No caminho para o apartamento passámos pela Calle de Prim que liga à Calle de Augusto Figueroa. Nesta rua visitámos o Mercado de San Antón.
Finalmente chegámos ao apartamento para um merecido descanso.
Mais tarde voltámos a sair para fazermos umas compras na Gran Vía.
Nesta última noite em Madrid fomos explorar o bairro de Malasaña, percorrendo a Calle de San Bernardo, a Calle Manuela Malasaña e a Plaza de Dos de Mayo. Este bairro é conhecido por ser o mais moderno da cidade e o coração da noite madrilena.
Dia 4 em Madrid
Neste importante dia, por se tratar do meu aniversário, aproveitámos para descansar até mais tarde.
Depois do pequeno-almoço, deixámos o apartamento e despedimo-nos do centro de Madrid, passando mais uma vez pela Puerta del Sol e Plaza Mayor.
Através da Calle de Toledo seguimos em direção a El Rastro. Todos os domingos de manhã realiza-se um mercado onde se vende de tudo. Para os turistas é um excelente local para comprar recordações a um preço mais baixo.
Percorremos toda a Calle Ribera de Curtidores até ao bairro Embajadores.
Aproveitando o restante tempo que ainda tínhamos, apanhámos o metro até Santiago de Bernabéu onde ficámos a conhecer o exterior do estádio Santiago de Bernabéu.
Voltámos de metro até ao terminal 1 do aeroporto. O voo da Tap partiu às 17h e devido à diferença horário chegamos a Lisboa às 17 horas.
Até à próxima viagem!
Titi
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