Sentir a alma da capital Valletta e das Três Cidades
Dia 4: Valetta, Vittoriosa, Cospicua e Senglea
Neste quarto dia de viagem e primeiro dia na principal ilha maltesa, fui conhecer Valletta e as Três Cidades.
Em frente ao hotel apanhei o autocarro nº16 até Valletta.
Valletta é a capital de Malta e está classificada como património mundial da UNESCO.
A melhor forma de conhecer a capital é percorrer a pé as ruas e deixar-se surpreender com a arquitetura e os monumentos que for encontrando.
A Rua do Comércio e a Rua da República são as duas principais ruas comerciais de Valletta e merecem ser percorridas de uma ponta à outra.
Nesta cidade são vários os monumentos e atrações que podemos visitar. O local que decidi que tinha mesmo de visitar foi a Co-catedral de São João. E foi por aí que comecei.
A entrada é realizada pela rua da república e a visita tem um custo de 15€ com audioguia.
A igreja de São João, conhecida como Co-catedral de São João, é um templo barroco que guarda vários tesouros. Após a vitória dos Cavaleiros da Ordem no Grande Cerco de Malta, foi projetada esta co-catedral consagrada a São João Batista.
A simples fachada esconde um interior repleto de riqueza. São inúmeros os pormenores decorativos. O interior tem uma complexa decoração com frescos, painéis em pedra ou estuque dourado.
São oito as capelas laterais que ramificam a partir da nave central. Cada capela é dedicada a uma língua diferente e representam as línguas faladas na ordem, estando decoradas com símbolos da nacionalidade que representam.
Entre elas está a capela da língua de Castela, Leão e Portugal, dedicada Santiago Maior. Aqui encontram-se os monumentos funerários dos grãos-mestres portugueses Emanuel Pinto da Fonseca e António Manoel de Vilhena.
Alguns Grão-Mestres foram enterrados na cripta, outros em túmulos no corpo da igreja ou no piso da catedral.
A visita termina no oratório da catedral onde está a tela da decapitação de São João Batista, considerada a maior obra de Caravaggio. Foi igualmente interessante assistir a um pequeno vídeo sobre a vida deste pintor.
Este é sem dúvida um dos monumentos mais interessantes de se visitar na capital de Malta. Todas as capelas, túmulos e pinturas têm uma história para contar e o audioguia foi uma preciosa ajuda para orientar a visita e entender o que estava à minha frente.
Continuei à descoberta desta deslumbrante capital maltesa e a próxima paragem foi no “Upper Barrakka Garden”, onde queria chegar antes do meio-dia.
Este jardim oferece vistas soberbas sobre as Três Cidades e o Porto Grande. A vista sobre o Porto Grande é uma das paisagens mais emblemáticas de Malta.
Todos os dias às 12 e 14 horas ocorre o disparo da bateria de saudação de canhão no terraço dos jardins. É uma tradição que se cumpre diariamente e que atrai muitos curiosos. Estes tiros assinalavam o meio-dia para que os cronógrafos dos navios no porto fossem sincronizados.
Neste jardim, existe ainda o elevador Barrakka que liga o Porto Grande ao coração da cidade em segundos.
Depois continuei a minha perseguição pelas ruas de Valetta em busca das melhores marquises. Estas varandas são mais um símbolo deste país e as suas cores tornam as ruas mais pitorescas.
Ainda passei pelo “Valletta Food Market” e desci a rua até ao “Lower Barrakka Garden”. Mais um jardim com vista do Porto.
Nesta cidade de fortes e fortificações os cavaleiros construíram o Forte de St. Elmo para defender a entrada ocidental, o Forte Ricasoli na frente e o Forte de St. Angelo no interior.
No caminho de regresso passei pela Casa Rocca Piccola e depois pela Igreja de Nossa Sra das Vitórias, que foi a primeira igreja de Valletta.
A próxima paragem foi na Catedral anglicana de São Paulo. São Paulo naufragou na ilha no ano 60 quando ia a caminho de Roma para ser julgado pela sua fé. Esta igreja assinala a sua chegada à ilha e é um dos principais locais de culto em Malta.
É possível passar vários dias a visitar a capital uma vez que existem vários museus, como por exemplo, o museu nacional de arqueologia, o museu nacional de belas artes, o palácio do grão-mestre, o museu nacional da guerra e a casa Rocca Piccola.
Mas o que eu mais adorei foi percorrer as ruas mais laterais e com poucos turistas. É onde se sente a essência desta cidade e onde encontramos os malteses nas suas bonitas varandas.
Regressei ao “Upper Barrakka Garden” para descer no elevador até ao porto. O elevador tem o custo de 1€ e inclui a descida e subida.
No cais apanhei um típico barco de madeira que por 3€ me levou até às Três Cidades. E esta pequena viagem foi mais um dos pontos altos deste dia. A experiência e a vista são indescritíveis.
As Três Cidades são Vittoriosa, Cospicua e Senglea.
O barco vai até o cais de Vittoriosa. No passado chamava-se Birgu e foi o quartel-general dos Cavaleiros antes de erigirem Valletta. Só depois da vitória no grande cerco é que se passou a chamar Vittoriosa.
Num passeio pela marginal da marina podemos contemplar grandes iates até chegar ao Forte de São Ângelo. Do miradouro do forte as vistas para Valetta são grandiosas.
Depois fui explorar os recantos do centro de Vittoriosa. Esta cidade tem vários tesouros arquitetónicos. Existem palácios, o museu marítimo e o museu Malta em guerra.
Mais uma vez, percorrer as vielas é o que para mim teve mais encanto. Esta é uma zona mais residencial e fora das principais ruas não se encontram turistas.
Logo ao lado de Vittoriosa visitei Cospicua. Deve o seu nome ao significado notável. Foi aqui que os cavaleiros construíram o primeiro estaleiro.
Passando uma ponte fui ter até Senglea. Esta cidade deve o nome ao grão-mestre Claude de la Sengle.
No topo está a igreja dedicada a Nossa Senhora das Vitórias.
Das Três Cidades, achei que Vittoriosa tem um encanto especial e por isso foi nela que dediquei mais tempo.
Quando estava em Senglea começou a chover e apanhei o valletta ferry de regresso a Valletta. O bilhete custou 2,80€ mas o passeio não tem a mesma magia que no barco em madeira.
No regresso a Valletta fui brindada com as cores do arco-íris.
Depois apanhei o autocarro de volta para o hotel. Foi um longo dia com vários quilómetros percorridos. O jantar foi num restaurante ao lado do hotel, no Storie e Sapori.
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Titi
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