Viagem pela Ligúria e Toscana
Parte 1: Roteiro na Ligúria
A ideia inicial desta viagem era conhecer Florença, por ser um destino onde já deveríamos ter estado num dos cruzeiros que fizemos. Juntámos mais alguns dias e fomos à aventura. O desejo de percorrer alguns quilómetros na região da Ligúria tornou esta viagem mais empolgante.
- LIGÚRIA -
Dia 1 – Viagem Lisboa–Florença, visita a Lucca e La Spezia
No final de Junho de 2019 iniciámos esta viagem de madrugada, uma vez que às 6h50 partimos do Aeroporto Humberto Delgado até Florença, num voo da Tap. O voo teve a duração de 2h45.
Na chegada ao aeroporto Amerigo Vespucci apanhámos um shuttle gratuito até ao local das agências de aluguer de automóveis. Foi num renault clio, alugado previamente online, que iniciámos a aventura pelas estradas italianas.
Por toda a Europa estava uma onda de calor. Assim que colocámos o pé em Florença, sentimos imediatamente um calor bastante abafado uma vez que a temperatura rondava os 38ºC.
Após uma viagem de cerca de 70 Km chegámos a Lucca. O objetivo desta paragem foi almoçarmos e também percorrermos o centro histórico.
Lucca é uma pequena cidade medieval em que o centro histórico se encontra rodeado por muralhas renascentistas. Estacionámos fora das muralhas onde existem vários parques, alguns grátis e outros pagos.
Existem 6 portas de entrada de acesso ao centro histórico: Santa Maria, San Jacopo, Elisa, San Pietro, Sant Anna e San Donato.
O centro encontra-se bem conservado, as ruas ordenadas com edifícios medievais e existem muitas igrejas. Também é possível passear sobre as muralhas.
A Piazza de San Michele é o coração da cidade e onde se encontra a igreja San Michele in Foro.
A via Fillungo é a principal rua que atravessa todo o centro histórico. Nesta via encontramos a Torre delle Ore que pelo custo de 4€ e subindo 207 degraus se tem uma vista sobre a cidade.
A Piazza dell` Anfiteatro originalmente foi um anfiteatro romano onde os gladiadores lutavam. Atualmente, trata-se de uma arena cercada por casas onde existem restaurantes e bares com esplanadas.
As principais lojas de Lucca encontram-se na via Fillungo e via San Paolino.
A basílica de San Frediano é outra importante igreja, em que o mosaico no topo da fachada representa a ascensão de Cristo.
O compositor italiano de ópera, Giacomo Puccini, nasceu em Lucca. Na Piazza Cittadella encontra-se a sua casa que hoje é um museu.
O centro histórico é facilmente percorrido a pé, pelo que se tornou um agradável passeio medieval.
Continuámos a viagem por mais 75 Km até La Spezia. Foi nesta cidade que pernoitámos as três noites seguintes, num apartamento alugado no airbnb.
La Spezia é uma grande cidade que possui um dos maiores portos militares e comerciais de Itália. Localiza-se no centro da Ligúria, fazendo parte do Golfo dos Poetas, e é um bom ponto de partida para uma visita às Cinque Terre.
O apartamento em que ficamos alojados situa-se numa zona mais residencial, em La Spezia Migliarina, ficando a alguma distância do centro e zona histórica da cidade.
Após nos acomodarmos, o resto do dia foi passado a descansar.
Dia 2 - La Spezia, Portovenere e Cinque Terre
Neste dia fomos conhecer Portovenere e as cinque terre. Estacionámos o carro em Park Palaspezia, um parque grátis próximo do apartamento e que providencia um shuttle bus ao longo do dia até à Via Chiodo Giardini, de onde é possível percorrer o centro a pé.
As principais formas de acesso às cinque Terre são o ferry e o comboio, sendo que de ferry não é possível conhecer Corniglia. O acesso a Portovenere é realizado de ferry, autocarro ou carro.
Face ao dia de calor que estava previsto e a viagem de barco ser mais panorâmica, escolhemos o ferry como meio de transporte.
Na zona da marina, em passeggiata Morin, encontramos os ferrys do Consorzio Maritimo Turistico 5 Terre Golfo dei Poeti. Existem várias opções de bilhetes. O bilhete diário de 35€ permite entrar e sair as vezes que se quiser independentemente do sentido pretendido. Face aos horários de regresso, compramos o bilhete de 27€ em que inclui todas as paradas num só sentido e na volta regressámos de comboio. Esta foi a melhor opção para conseguirmos ficar em Monterosso até mais tarde.
Já no interior do ferry, e com bonitas paisagens da marina de La Spezia, iniciámos a viagem até Portovenere. É também apelidada de sexta terre por igualmente merecer uma visita e é também conhecida por ser um dos principais produtores de pesto da região.
Portovenere é uma vila medieval que cresceu em torno de um castelo.
Na Via Capellini encontram-se as portas da vila com vários cafés e restaurantes. A partir daqui explorámos o centro que é pequeno e facilmente percorrido. Merecem uma visita a igreja de São Pedro e a Igreja de São Lourenço. As vistas sobre o mar são magníficas e o passeio pelas estreitas ruas é encantador.
De volta ao ferry prosseguimos a viagem até as cinque terre. São cinco pequenas vilas centenárias de pescadores situadas à beira-mar na costa da Riviera Italiana. Têm uma beleza que entretanto foi descoberta pelos turistas. Todo o percurso marítimo até às cinque terre é muito bonito.
Chegámos a Riomaggiore com a pequena marina cercada pelo bairro dos pescadores, que é a principal atração.
É a vila mais populosa das cinque terre e existem algumas ligações por túneis para facilitar o acesso ao centro e à estação de comboios. Percorremos a rua central da vila, a Via Cristoforo Colombo, onde aproveitámos para comprar focacias, um pão achatado com várias coberturas e que é típico da região de Génova.
É possível visitar o Castelo de Riomaggiore, que são apenas restos de uma fortaleza, e a Igreja Santa Maria Assunta.
Em Riomaggiore existe a Via del amor, que é um passeio à beira-mar até Manarola. Este trilho encontra-se temporariamente fechado devido a desabamentos de terra, mas o seu início permite uma bela vista sobre o mar.
Regressámos ao ferry e a próxima vila foi Manarola. Trata-se de mais uma vila encantadora com uma fascinante vista sobre o mar e típicas casas coloridas. Os primeiros 200 metros do trilho da via del amor encontram-se abertos, permitindo fotos panorâmicas sobre as casas e também sobre o mar rodeando as rochas.
A via di Mezzo é a rua principal de Manarola onde encontramos lojas e restaurantes.
Continuando a viagem de ferry, vislumbrámos Corniglia no alto da montanha. Esta é a única vila que não visitámos uma vez que não possui porto, por se localizar numa colina. O acesso pode ser feito de comboio ou autocarro.
De seguida atracámos em Vernazza, localizada numa estreita baía. A praça à beira-mar é o local mais animado, com restaurantes e com vista sobre o mar e a igreja Santa Margherita.
A partir da praça central temos acesso a um emaranhado de ruelas. Visitámos o Castello Doria com a Torre Belforte. Trata-se apenas de uma fortaleza que servia de ponto de observação. A visita apenas compensa pela vista panorâmica sobre a vila e o mar.
O calor era insuportável, pelo que aproveitámos a baía para nos refrescarmos.
De regresso ao ferry seguimos caminho até Monterosso al Mare, a última vila que faz parte das Cinque Terre. Esta vila encontra-se rodeada por plantações de uva e oliveiras. Encontra-se dividida entre a parte histórica, com construções medievais, e o centro moderno com área residencial e turística.
O ferry atraca na zona histórica. Visitámos a igreja São João Batista na praça principal.
Nesta zona recomendo a gelateria Golosone que tem gelados muito saborosos.
Em Monterosso encontramos uma verdadeira e extensa praia balnear com areia. E foi na praia Fegina que passámos o resto do dia, na apetecível água quente do mar.
No final desta praia existe a estátua de Neptuno, deus do mar, que a seus ombros leva uma grande concha. Esta estátua estava em reconstrução.
Regressámos a La Spezia de comboio. A viagem demorou cerca de 20 minutos e saímos na estação La Spezia Centrale. Percorremos a rua pedonal até à via Chiodo, onde apanhámos novamente o autocarro grátis até ao parque Palaspezia onde tínhamos o carro estacionado. Como já era perto das 20 horas, apanhámos o último autocarro de regresso.
Foi um dia bastante completo e recheado de magníficas vistas. Portovenere e as Cinque Terre merecem sem dúvida uma visita. Em termos visuais vou eleger Manarola. A praia de Monterosso foi uma agradável e refrescante surpresa devido ao calor.
Além disso, a viagem de barco tornou o passeio muito mais panorâmico e encantador.
Dia 3 - Portofino, Santa Margherita Ligure e Sestri Levante
Iniciámos mais um dia quente de viagem. O programa principal deste dia foi conhecer um dos locais mais exclusivos de Itália, Portofino, e depois passámos algum tempo numa praia.
Fizemos o percurso desde La Spezia até Rapallo por autoestrada, passando por bastantes túneis.
Demorámos cerca de 1 hora até chegarmos a Portofino. Este era um local que tínhamos bastante curiosidade de conhecer, por toda a história que o envolve e pelos postais que costumamos ver na imprensa.
O acesso a Portofino é realizado a partir de Santa Margherita através de uma estrada que em algumas zonas é bastante estreita. É também possível apanhar um autocarro, um ferry ou ir a pé desde Santa Margherita.
Optámos por ir de carro, passando pela estrada que circunda a costa com paisagens muito bonitas, e passando por uma conhecida praia, a Praia Paraggi.
Assim que chegámos a Portofino estacionámos no único parque de estacionamento que existe na Piazza Martiri della Libertá. Este parque é pago e na época alta custa cerca de 5€ por hora. Fazendo as contas iríamos gastar mais indo de autocarro e deixando o carro num estacionamento em Santa Margherita. Além disso, já sabíamos que não iríamos demorar muitas horas devido à dimensão de Portofino.
A partir do estacionamento percorremos a principal rua, a Via Roma, com várias lojas luxuosas e de conhecidos alfaiates. Esta rua vai dar até à Piazzeta, circundada de restaurantes, e ao Umberto Pier, o porto repleto de yats de luxo.
Portofino é uma comuna Italiana, a sudeste da cidade de Génova, que se encontra cercada por casas e pequenos prédios coloridos numa arquitetura rústica.
É facilmente percorrido a pé. É notado um ambiente requintado e glamour justificados pelas pessoas que habitualmente frequentam as suas lojas e restaurantes. Este pequeno lugar de Itália tem fama internacional, sendo um dos locais mais exclusivos deste país. As pessoas chegam e partem nos seus yats que podemos ver ao longo da costa.
A partir do porto fizemos uma caminhada até ao Castelo Brown. A entrada custa 5€ e hoje em dia é um museu. No passado, serviu como ponto de observação para controlar a vila pois a partir daqui conseguimos ver toda a vila com deslumbrantes paisagens sobre o porto.
Uma das casas da imagem abaixo pertence à dupla de estilistas e criadores da marca Dolce & Gabbana. Têm coleções inspiradas neste local.
No museu encontramos uma maquete representativa de Portofino, um filme e várias fotografias de personalidades que foram apanhadas nas suas visitas a Portofino.
No caminho de regresso até ao porto visitámos a Igreja San Giorgio e passámos por algumas lojas de artesanato. Depois visitámos a Igreja San Martino.
Terminada a nossa visita nesta linda vila de charme regressámos até Santa Margherita. Fica a apenas cinco quilómetros e foi onde fizemos mais uma paragem.
Santa Margherita é uma cidade maior, com várias praias e hotéis ao longo da avenida à beira-mar. Passeámos por esta avenida e pelo centro, onde almoçámos.
Uma vez que as praias nesta zona são de pedra e não têm areia, prosseguimos a viagem até Sestri Levante. Tinha lido algumas recomendações de uma praia chamada Baia del Silenzio em Sestri Levante, e foi para lá que fomos.
Esta pequena praia tem uma vista muito bonita sobre um mar calmo. A praia é conhecida por ter sombra da parte da tarde, o que para nós foi ótimo face às altas temperaturas do dia. Ficámos durante algum tempo a descansar e a aproveitar para uns mergulhos.
No percurso de regresso ao apartamento iniciámos a viagem sem ser por autoestrada. Depois de percebermos as condições da estrada e o tempo que iríamos demorar decidimos voltar pela autoestrada. Chegámos a La Spezia ao anoitecer. Este foi mais um agradável dia com imagens encantadoras dos locais por onde passámos.
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Titi
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