Visitar São Pedro do Corval, Alqueva, Portel e Moura
O dia começou com um magnífico pequeno-almoço recheado de produtos regionais na Horta da Coutada em Monsaraz.
Iniciámos o nosso roteiro em direção a São Pedro do Corval, a vila alentejana onde a olaria e cerâmica são tradição. Fica a cerca de 9 Km de Monsaraz e antes de chegarmos passámos pelo menir megalítico de Santa Margarida, também conhecido como a Rocha dos Namorados.
O facto de estar enterrado no solo e a sua forma em cogumelo fazem com que este menir esteja associado à ideia de fertilidade. É tradição que em cada segunda-feira da Páscoa as meninas solteiras atirem pedras e tentam acertar na base do topo do monólito. Se a pedra cair do menir significa que terão de esperar mais um ano pelo casamento. Este costume ainda é praticado pois é visível várias pedras em cima do menir.
Chegámos à vila que tem a maior concentração de olarias em Portugal e uma das maiores na Península Ibérica. Existem dezenas de olarias de fabrico artesanal.
Cada olaria tem a sua história e tradição. Em algumas olarias é possível ver os mestres Oleiros a moldar o barro à mão. Depois as peças são cozidas em fornos de lenha e pintadas à mão.
Para quem procura peças artesanais este é o local ideal onde comprar. Os preços são mais acessíveis comparando com as várias vilas alentejanas mais turísticas que visitámos.
Ao sairmos de São Pedro do Corval, em direção a Reguengos de Monsaraz, fizemos um desvio que não estava programado. Fomos até Terena, uma bonita vila que pertence ao concelho do Alandroal.
Gostei da arquitetura das ruelas e das faixas coloridas das casas em redor do castelo e museu torre de relógio desta vila alentejana. Também destaco a paz de espírito que se sente passeando por aqui.
Mas o principal objetivo deste desvio foi visitar a Paisagindo Bio. É uma empresa de produção biológica de infusões que já conhecíamos e aproveitámos para ir lá comprar e apreciar o local. As plantas aromáticas e medicinais da Paisagindo Bio são produzidas numa exploração que se localiza no monte D. João, no centro da vila de Terena.
Após este desvio ao roteiro, regressámos a Reguengos de Monsaraz onde seguimos até à Amieira.
A Amieira é uma aldeia ribeirinha do grande lago do Alqueva, situada no concelho de Portel. Ao lado da aldeia existe a maior praia fluvial do Alqueva. Tem um extenso areal e zona de relvado. Aproveitámos esta praia para um piquenique com produtos regionais que comprámos em Reguengos de Monsaraz. Não estava mais ninguém na praia pelo que conseguimos desfrutar da paisagem e apreciar as várias espécies de aves que por ali passavam.
De seguida visitámos Amieira Marina, a maior infraestrutura náutica do Alqueva. Possui um cais ancoradouro com vários serviços náuticos. É o local de partida da maior parte dos barcos que percorrem o Alqueva, seja em passeios turísticos ou aluguer de barcos-casa. Nesta marina existe um bar e um restaurante panorâmico.
Continuámos a viagem até Portel onde fomos explorar o centro de mais uma vila alentejana. A principal atração desta vila é o castelo e suas muralhas.
Estacionámos o carro na praça de D. Nuno Alvares Pereira onde ficam os portões de acesso ao castelo. Ali ao lado está a igreja da Misericórdia.
O castelo é um monumento nacional fundado por Dom João Peres de Aboim em 1261. Subimos as muralhas de onde é possível admirar a paisagem.
Ainda passeámos pelo centro até chegarmos à igreja matriz de Portel, ladeada por uma praça com um jardim.
Depois de Portel a próxima paragem foi na Barragem do Alqueva.
A Barragem do Alqueva tem uma albufeira com 250 Km2 e mais de 1100 kms de margens, sendo por isso o maior lago artificial da Europa. Trata-se da maior reserva de água de Portugal e a sua construção permitiu irrigar o Alentejo para o desenvolvimento da agricultura. Aliado a isto, as possibilidades turísticas combateram a desertificação desta região.
No local da barragem temos uma verdadeira visão da dimensão deste projeto.
É sobre uma imensidão de água a perder de vista que nos deparamos com a poética frase “On a clear day you can see forever”.
Após mais 13 Km chegámos a Moura, uma cidade do distrito de Beja.
Fomos visitar o Museu do Azeite, situado no antigo Lagar de Varas de Fojo. Trata-se de um lagar do século XIX e um dos mais antigos da região que mostra como o azeite era produzido e as peças usadas. A produção do azeite era tradicional e sem o recurso de máquinas.
Não é permitido tirar fotografias, mas conto um pouco da história do dia-a-dia do lagareiro. O burro carregado de azeitonas frescas chegava ao lagar, que era iluminado por candeias de azeite. O lagareiro carregava as azeitonas para as tulhas e daqui as azeitonas eram transportadas em cubas para a moenda. A massa resultante da moagem era levada para a zona das varas onde metiam em seiras. Daqui saía o azeite e depois de decantado o lagareiro colocava-o em potes.
Em frente ao museu visitámos o Jardim das Oliveiras Miguel Hernández. Este jardim tem as variedades de oliveiras mais tradicionais e representativas do Alentejo.
Uma vez que o azeite de Moura é altamente conhecido no nosso País, fomos até à Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos. Lá é possível comprar o seu azeite virgem e extra virgem.
No ponto mais alto da cidade encontramos o imponente castelo Dom Dinis. Infelizmente chegámos às 17 horas, que é o horário de encerramento e já não conseguimos aceder ao interior do recinto.
Terminámos a visita a Moura passeando pelas ruas do centro histórico. Passámos pela igreja São João Baptista.
O belo jardim Doutor Santiago é muito bem cuidado. Tem um coreto, um lago, parque infantil e um café rodeado por árvores e flores. É um agradável espaço ao ar livre. Ao lado encontramos as termas e as piscinas municipais.
Em Moura já se sente o ritmo de uma cidade, mas com um encanto nas estreitas e floridas ruas do centro histórico.
Terminámos aqui o nosso roteiro pelo Alentejo. Foram sem dúvida uns dias preenchidos com uma paisagem natural invejável.
Boa viagem!
Titi
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